AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA ATÔMICA PEDE QUE A RÚSSIA DEVOLVA PARA UCRÂNIA A MAIOR CENTRAL NUCLEAR DA EUROPA

O conselho de governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aprovou uma resolução apelando ao retorno imediato da central nuclear de Zaporizhzhia ao controle ucraniano. A resolução do conselho de governadores da AIEA observa que a central nuclear de Zaporizhzhia (ZNPP), com seis unidades, está sob controle militar russo há mais de dois anos e “expressa séria preocupação com o estado instável da segurança e proteção nuclear“.  Na ZNPP, diz a agência, há falta de pessoal adequadamente qualificado no local, lacunas no planejamento e trabalho de prevenção, falta de cadeias de abastecimento confiáveis, abastecimento vulnerável de água e eletricidade, bem como a instalação de minas entre o perímetro interno e externo da instalação.

O  Diretor-Geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, disse que “para abordar as implicações da situação atual na Ucrânia em matéria de segurança, proteção e salvaguardas nucleares, inclusive através da presença física contínua de especialistas técnicos da Agência na ZNPP e em outras instalações nucleares na Ucrânia”. A Ucrânia é um dos 35 países representados no conselho de governadores da AIEA. O Ministro da Energia, Herman Halushchenko, disse que  “A votação a favor desta resolução demonstra o compromisso da AIEA e a necessidade de devolver a segurança à maior central nuclear da Europa”.

O Representante Permanente da Rússia junto às organizações internacionais sediadas em Viena, Mikhail Ulyanov, disse que os 20 membros que votaram a favor da resolução “obviamente foram além do mandato do conselho e de toda a agência”, observando que 12 países se abstiveram, enquanto a Rússia e a China votaram contra. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia emitiu uma declaração sobre a central nuclear de Zaporizhzhia, agradecendo ao Diretor-Geral da AIEA pelos seus esforços para promover a segurança nuclear e pelas suas visitas à Rússia e à própria central, bem como a colocação de especialistas da AIEA no país. O  Ministério  das Relações Exteriores acrescentou que “continuamos comprometidos em melhorar a proteção e a segurança da usina e da cidade ligada de Energodar para evitar que Kiev e o Ocidente coletivo os comprometam”.