AIE E OPEP APONTAM PARA DESACELERAÇÃO NAS DEMANDAS POR PETRÓLEO ESTE ANO

O crescimento das vendas de petróleo vinha animando o mercado quanto a uma possível estabilização da oferta, mas novas estimativas já indicam que o futuro não é tão promissor quanto se previu. Em seu novo relatório para o mês de março, a Agência Internacional de Energia (AIE) afirmou que as demandas globais vêm sofrendo desaceleração e devem atingir um crescimento de 1,2 milhão de barris por dia em 2016, valor inferior à expansão de 1,8 milhão de barris registradas no ano passado. A queda vem sendo impulsionada principalmente pelo menor ritmo nos mercados da China, Estados Unidos e Europa, disse a agência liderada pelo diretor Fatih Birol (foto).

Com os índices de importação em baixa, a sobreoferta na indústria global se encontra mais uma vez em pauta. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) também rebaixou sua projeção de demandas para a mesma estimativa da AIE, embasada nas adversidades econômicas enfrentadas hoje na América Latina e no mercado chinês. Desde a última previsão, o cálculo reduziu em 50 mil barris diários a expectativa de demanda.

De acordo com o relatório emitido pela Opep, os dois fatores que pesam hoje sobre essa queda são a alta das temperaturas, que reduzem a necessidade de aquecimento, e o cancelamento de subsídios a combustíveis em alguns países. A mudança nas previsões pode resultar em um cenário ainda mais complicado para um possível congelamento de produção, medida que vem sendo defendida por grandes produtores e que será discutida neste domingo (17), em Doha, com foco na retomada dos preços do barril.

O mês de março, no entanto, trouxe uma sinalização positiva para a concretização do tratado. Segundo a Opep, a Arábia Saudita, maior exportadora mundial de petróleo, manteve o seu ritmo de produção estável no período, o que pode indicar um comprometimento em congelar os níveis produtivos. Os outros 13 membros da organização apresentaram ligeiro aumento.