ANDRADE GUTIERREZ FECHA ACORDO PARA PAGAR MULTA DE R$ 1 BILHÃO E RELATAR PARTICIPAÇÃO EM ESQUEMAS DE CORRUPÇÃO

A terra treme novamente, com o novo acordo de delação e leniência que acaba de ser fechado pela Andrade Gutierrez com a Procuradoria Geral da República e a Polícia Federal. Além de aceitar pagar uma multa de R$ 1 bilhão, a maior da Operação Lava Jato até o momento, ela pretende contar sobre todos os contratos que assinou envolvendo negociações ilícitas e pagamentos de propina, incluindo obras da Petrobrás, da Eletronuclear, como Angra 3, de Belo Monte, da Copa de 2014 e da ferrovia Norte-Sul.

O acordo engloba tanto a empresa quanto seus executivos presos e promete dar um novo corpo à Operação Lava Jato, que já havia retomado sua força nesta semana, após as prisões do senador Delcídio Amaral, então líder do Governo no Senado, e do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual.

Com o aval das autoridades, a Andrade Gutierrez, que é considerada  segunda maior empreiteira do Brasil, atrás apenas da Odebrecht, poderá continuar fechando contratos com o setor público, que responde por quase 50% de sua receita.

Após a definição do acordo, os três executivos da empresa que estavam presos, Otávio Azevedo (FOTO) – o presidente –, Élton Negrão de Azevedo Júnior e Flávio Barra foram transferidos do Complexo Médio Penal de Pinhais para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba, por razões de segurança. Foi a mesma medida tomada em relação a Nestor Cerveró após a divulgação da gravação feita pelo seu filho, Bernardo Cerveró, que levou à prisão de Delcídio e de Esteves.

O acordo superou o valor pago pela Camargo Corrêa, que somou cerca de R$ 804 milhões entre multas ao Ministério Público e ao Cade. O novo passo também cria uma expectativa sobre a postura da Odebrecht, que até agora não esboçou qualquer tentativa de reconhecer seus erros e vem ficando cada vez mais isolada.