ARGENTINA ACELERA NOVO REATOR PARA PRODUZIR RADIOISÓTOPOS E ATENDER MERCADO GLOBAL EM CRESCIMENTO
A Argentina dá mais um passo a frente para ocupar um espaço em crescimento em todo mundo: a produção de radioisótopos. A Comissão Nacional de Energia Atômica (CNEA) da Argentina anunciou a conclusão da montagem e instalação das bombas e dos grandes componentes para o circuito de resfriamento primário do seu reator multiuso RA-10. Esse reator é um reator de pesquisa de 30 MWt que está sendo construído no Centro Atômico de Ezeiza, na província de Buenos Aires, para substituir o reator RA-3 que está no mesmo local. O RA-10 será usado para a produção de radioisótopos médicos, bem como testes de irradiação de combustível nuclear avançado e materiais, e pesquisa de feixe de nêutrons.
O projeto RA-10 foi aprovado pelo governo e foi oficialmente iniciado pelo CNEA em junho de 2010. A Autoridade Reguladora Nuclear da Argentina concedeu uma licença para construção em novembro de 2014. As obras civis do reator começaram em 2016. A empresa de tecnologia nuclear INVAP está envolvida no projeto e construção da instalação do reator e de todas as instalações relacionadas. A montagem da piscina RA-10 – que abrigará o núcleo do reator – foi concluída em agosto de 2018.
A CNEA anunciou que as bombas para o circuito de resfriamento primário do RA-10 já foram instaladas. O reator possui três dessas bombas, cada uma pesando 10 toneladas e com uma tecnologia centrífuga convencional. Duas das bombas – fabricadas pela Rhurpampen em sua fábrica em Monterrey, México – vão operar em paralelo, enquanto a terceira será reservada como um backup contra possíveis falhas de equipamento operacional. Cada bomba é capaz de mover um fluxo de 1.910 metros cúbicos por hora de água através do núcleo do reator. Além disso, cada unidade possui um volante de inércia que, em caso de perda de energia, mantém a rotação da bomba pelo tempo necessário, o que garante a segurança do reator diminuindo gradativamente o fluxo de resfriamento.
Assim que estiver operacional, o RA-10 garantirá o fornecimento de radioisótopos para uso médico a nível nacional e terá capacidade para exportar para o mercado mundial, segundo o CNEA. Isso, afirma, vai gerar um impacto estratégico para a Argentina nas áreas de saúde, ciência, indústria, pesquisa aplicada, desenvolvimento tecnológico e serviços. Como parte da crescente cooperação bilateral em energia nuclear entre a Argentina e o Brasil, em maio de 2013 a INVAP obteve contratos para construir o reator de pesquisa RA-10 e o Reator Multiuso Brasil.
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