ATAQUES TERRORISTAS FAZEM A TOTAL COMEÇAR A REDUZIR PESSOAL EM SEU PROJETO DE GÁS EM MOÇAMBIQUE
A francesa Total começou a reduzir o número de funcionários que trabalham nos megaprojetos de gás natural em Afungi, em Moçambique, em função do aumento do número de ataques próximos aos seis empreendimentos no país. Em uma nota, a empresa confirmou esta redução e disse que “o processo de desmobilização está em curso de forma organizada e em conformidade com os protocolos estabelecidos.” A decisão da Total surge após grupos rebeldes que têm liderados ataques armados em Cabo Delgado, com pelo menos dois deles muito próximos dos megaprojetos liderados pela francesa, em Afungi, distrito de Palma, no último mês. A empresa garantiu que está tomando “todas as medidas necessárias para garantir a segurança e proteção do seu pessoal e das suas subcontratadas”, destacando que está em contato permanente com as autoridades moçambicanas.
“O ambiente operacional permanece em avaliação contínua e a Total mantém uma comunicação constante com as autoridades moçambicanas sobre o assunto.” A polícia moçambicana anunciou que abateu um suposto líder do grupo guerrilheiro no distrito de Palma, nas redondezas dos megaprojetos de gás natural. O projeto liderado pela francesa Total é o maior investimento privado em África, da ordem dos 20 mil milhões de euros.
Para lembrar, a violência armada em Cabo Delgado começou há três anos e está provocando uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil desabrigados, sem habitação e nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba. Algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo jihadista Estado Islâmico desde 2019. A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral vai reunir-se este mês para debater a situação de segurança na região.
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