ATENTADO PERTO DE TEERÃ MATA O LÍDER E MAIOR CIENTISTA DO PROGRAMA NUCLEAR DO IRÃ
O assassinato de Mohsen Fakhrizadeh, o maior cientista nuclear iraniano, ocorrido hoje (29) em uma cidade perto de Teerã, capital do país, acendeu um luz vermelha no governo do país. O próprio Ministério da Defesa emitiu um comunicado confirmando os relatos feitos pela imprensa local. O carro de Fakhrizadeh foi atacado na cidade de Damavand. Ele chegou a ser levado a um hospital mas não resistiu. O ministério condenou o que seria um atentado chamando o crime de “ato covarde”. Houve uma explosão perto do carro de Fakhrizadeh, seguida por tiros. Houve confronto com os responsáveis pela ação, mas ainda não há detalhes sobre mortos e feridos. Ele era Professor de física e oficial da Guarda Revolucionária Iraniana. Vários altos funcionários iranianos indicaram acreditar que Israel estaria por trás do assassinato nas horas após o ataque, com um conselheiro do líder supremo da República Islâmica jurando vingança.
Pelo desenvolvimento do Programa Nuclear Iraniano e as informações confirmadas de enriquecimento de urânio por novas centrífugas, esse crime está sendo considerado como um dos mais importantes assassinatos de pessoas ligadas ao programa nuclear iraniano. Alvo de serviços secretos de rivais de Teerã, Mohsen Fakhrizadeh era o principal nome por trás de projetos para desenvolver secretamente uma bomba atômica até o início do século. O cientista tinha conseguido escapar de outros atentados, mas hoje, o crime parece ter sido, segundo relatos, muito bem planejado.
Para lembrar, o Irã iniciou uma nova etapa de atividades de enriquecimento de urânio recentemente. Esse foi um tema importante na na reunião do Conselho de Administração da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), França, Alemanha e Reino Unido. Os países E3 “expressaram pesar” sobre a retirada dos Estados Unidos do Plano de Ação Conjunto Global (JCPoA) e a reimposição de sanções econômicas contra o Irã, em maio de 2018, mas apresentaram uma longa lista de críticas e preocupações sobre a redução do Irã em seus compromissos, conclamando o Irã a retornar à plena implementação de suas obrigações. A inserção do UF6 é a última etapa antes do início do processo de enriquecimento e separação do urânio-238 do urânio-235. Além das centrífugas de primeira geração, uma cascata de 174 novas centrífugas IR-2M estão enriquecendo urânio na instalação nuclear de Natanz. Com base nos relatórios de verificação da AIEA, as reservas de urânio do Irã são agora 12 vezes maiores do que o nível permitido pelo acordo com os países europeus.
Deixe seu comentário