AUDITORIA INTERNA DA PETROBRÁS APONTA PREJUÍZO DE MAIS DE R$ 1 BILHÃO COM EQUIPAMENTOS DO COMPERJ | Petronotícias




faixa - nao remover

AUDITORIA INTERNA DA PETROBRÁS APONTA PREJUÍZO DE MAIS DE R$ 1 BILHÃO COM EQUIPAMENTOS DO COMPERJ

ComperjO Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) é o mais novo empreendimento da Petrobrás a se tornar dor de cabeça. Os problemas com a refinaria são antigos, mas, desta vez, uma auditoria interna da companhia apontou que foram comprados equipamentos antes de definir o modelo de negócio e sua estrutura de produção, gerando um prejuízo de mais de R$ 1 bilhão com gastos para evitar deterioração de aparelhos e unidades sem uso. Parte deste material não poderá mais ser utilizada, levando a Petrobrás a considerar a possibilidade de aproveitar os equipamentos em outras unidades, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo.

Um caso emblemático é o dos cinco reatores italianos que chegaram ao porto do Rio de Janeiro em agosto de 2011 e não puderam seguir para o Comperj por falta de estrutura para seu transporte. Pesando entre 1.000 e 1.200 toneladas, os reatores não seriam suportados em estradas devido ao seu peso, e um transporte através de balsa também se mostrava ineficiente, dada a não existência de calado para que aportassem perto da refinaria.

A Petrobrás, então, construiu um píer na Praia da Beira, em São Gonçalo, onde começaram a chegar sete das 20 partes de equipamentos, em outubro deste ano. Houve ainda um acidente com um vaso de pressão de 400 toneladas que tombou quando do seu içamento na Ilha do Governador. Esse equipamento, no entanto, já chegou à São Gonçalo e lá ficará até o lançamento da programação do transporte terrestre ao Comperj, que deve acontecer até março deste ano.

Alguns funcionários da estatal afirmaram que haviam “pressões” por parte das diretorias de Serviços e Abastecimento da estatal, então chefiadas respectivamente por Renato Duque e Paulo Roberto Costa, investigados na operação Lava Jato, para acelerar as aquisições e obras do Comperj.

A maior contratação para o Comperj – com o consórcio TUC, formado pela Odebrecht, UTC e Toyo – também teve irregularidades. Segundo apontou a apuração interna, a contratação de R$ 3,8 bilhões foi feita pela companhia sem concorrência pública. Essas empresas estão dentro da lista das investigadas pela Operação Lava Jato, tendo supostamente formado um cartel dentro da Petrobrás. Junto a outras 20 empresas, Odebrecht, UTC e Toyo fazem parte de uma lista de empresas temporariamente impedidas de contratar com a estatal.

O Comperj teve previsão inicial de entrada em operação para 2010, no entanto, hoje já se espera que apenas em agosto de 2016 a refinaria comece a produzir. A produção esperada é de até 165 mil barris de óleo por dia, recebendo principalmente diesel, querosene de aviação (QAV) e nafta.

Deixe seu comentário

avatar
  Subscribe  
Notify of