AUTORIDADES DA CALIFORNIA INVESTIGAM ROTAS DE DEZENAS DE NAVIOS E ACREDITAM QUE INÍCIO DO VAZAMENTO FOI HÁ UM ANO

ORLANDO – Por Fabiana Rocha – Os investigadores americanos que trabalham nas consequências do acidente que causou um desastre ambiental ao largo da Costa Orange County, na California,  acreditam  que  o oleoduto que causou o derramamento de petróleo bruto no Oceano Pacífico pode ter sido deslocado há vários meses. O oleoduto estava estava intacto em outubro de 2020 antes de ser desviado por mais de 30 metros, causando danos em seu revestimento e provocando uma rachadura e vazamento. Esta, pelo menos, é a tese de Jason Neubauer, chefe do escritório de investigações e análises da Guarda Costeira dos Estados Unidos. A rachadura linear tem 13 polegadas no oleoduto foi,  provavelmente, causada por uma âncora de navio arrastada pelo fundo do mar: “Estou convencido de que o evento inicial que desviou o tubo em si foi uma âncora sendo arrastada”, disse.

Um vídeo feito por mergulhadores e divulgado pela Guarda Costeira mostrou crescimento marinho na parte danificada do oleoduto, que foi inicialmente fechado em concreto. Neubauer explicou que a fratura linear no oleoduto pode ter sido uma rachadura muito gradual, que piorou com o tempo. Os investigadores agora estão analisando dados e imagens de um ano de várias fontes, incluindo serviço de troca de navios de marina, para determinar quando o derramamento de óleo começou. Eles também estarão observando todos os movimentos de embarcações ao longo do oleoduto ao longo do ano inteiro: “Não estamos prontos para descartar nenhuma embarcação como causa que contribuiu para este incidente”, afirmou Neubauer.

Os investigadores também examinarão eventos geológicos, incluindo um evento climático pesado em meados de janeiro, que pode ter contribuído para a rachadura. Uma seção do tubo será levada ao laboratório do National Transportation Safety Board, para que os investigadores possam determinar quando e como o vazamento ocorreu. Embora acidentes semelhantes com âncoras tenham acontecido nos últimos 10 anos, Neubauer disse que houve apenas um evento que levou a um derramamento de óleo, que ele chamou de “ocorrência rara”.

As  autoridades do condado de Orange continuam a pedir aos residentes e visitantes que evitem a água do oceano e as áreas cobertas de óleo das praias. De acordo com a Orange County Health Care Agency, as amostras de ar de áreas potencialmente afetadas pelo derramamento de óleo estão dentro dos níveis de fundo e abaixo dos padrões de saúde estaduais para os poluentes medidos. Bolas de alcatrão, possivelmente ligadas ao derramamento de óleo, ainda estão chegando às praias de San Diego, disseram autoridades do condado na quinta-feira, destacando as preocupações sobre o aumento dos impactos ambientais. Enquanto isso, as autoridades continuam seus próprios esforços de limpeza em Orange County, onde cerca de 1.500 pessoas ajudaram no último fim de semana. Embora o número exato não seja conhecido, as autoridades acreditam que mais de 3.500 barris  de petróleo bruto foram lançados no Oceano Pacífico.