BANCOS CREDORES NEGAM EXTENSÃO DO PRAZO DE DÍVIDA PARA A SETE BRASIL

As dificuldades para fechar o plano de reestruturação da Sete Brasil, fundamental para a retomada de investimentos no setor brasileiro de óleo e gás, acabam de aumentar. Os bancos credores negaram a extensão do prazo de vencimento das dívidas da companhia, que somam US$ 3,8 bilhões, e irão buscar auxílio do Fundo Garantidor da Construção Naval (FGCN). A data de vencimento já havia sido adiada duas outras vezes e teve fim na última semana, período que não foi suficiente para a resolução do novo plano, ainda não aprovado pela sócia Petrobrás. A estatal, única das companhias envolvidas a não aprovar o documento, ainda está revisando questões técnicas acerca da construção das 19 sondas previstas pela Sete. Empacado, o processo de recuperação da companhia deve se estender ainda mais com a resposta negativa emitida pelos bancos.

Os estaleiros brasileiros e o mercado de óleo e gás como um todo deverão esperar mais tempo por um sinal de melhora no setor naval. A não resolução de um acordo da Sete Brasil com bancos credores segue segurando a construção de novos projetos e embarcações, que poderiam trazer um novo fôlego ao mercado brasileiro. As dificuldades continuam impedindo a conclusão do novo plano da empresa, que ainda não está de acordo com as exigências do corpo técnico da Petrobrás.

A estatal vem exigindo que as 15 sondas que ficarão com a Sete sejam distribuídas entre três operadores, o que implicaria na elaboração de uma estrutura complexa para a aplicação dos contratos. De acordo com a exigência da companhia, que ainda apresenta diversos detalhes técnicos a serem modificados, cada operador seria responsável por cinco sondas do projeto. A Sete busca reduzir o pedido para apenas dois operadores.

Para conseguir um novo sócio, a companhia precisa da aprovação da estatal, detentora de 10% de seus ativos. A expectativa é de que, conforme a atual capacidade financeira da Sete, o novo plano seja fechado até o primeiro trimestre de 2016.