BARRA ENERGIA TEM US$ 720 MILHÕES EM CAIXA PARA OS PRÓXIMOS ANOS

Por Daniel Fraiha / Petronotícias –

A Barra Energia, que surgiu no mercado de exploração e produção em 2010, está navegando em mar de almirante. Apenas dois blocos em carteira, mas com grandes perspectivas, principalmente em função da descoberta do poço de Carcará, operado pela Petrobrás, em que foi confirmada uma coluna de 471 metros de óleo de boa qualidade recentemente. Além dessa descoberta, no bloco BM-S-8, há o desenvolvimento do campo de Atlanta no bloco BS-4, operado pela Queiroz Galvão, também na Bacia de Santos. Desde que a empresa foi criada, não houve nenhum leilão da ANP, mas as aquisições de participações e os custos com a exploração dos blocos já representaram um gasto de US$ 480 milhões para a companhia. O vice-presidente de exploração e produção da Barra Energia, Cesar Cainelli, contou que os US$ 720 milhões restantes devem ser investidos nos próximos três ou quatro anos e não descartou a hipótese de haver novos aportes. Cainelli adiantou ainda que estão avaliando formar parcerias com outras companhias para a 11ª rodada da ANP – cujo destaque é a Margem Equatorial -, mas ressaltou que o foco da empresa continua nas bacias de Campos, Santos e Espírito Santo.

A capacidade inicial de investimento da empresa era de US$ 1,2 bilhão. Quanto ainda resta em caixa para as próximas atividades?

A Barra Energia já investiu US$ 480 milhões tanto nas operações com o pagamento dos poços que foram perfurados, como também com a aquisição dos blocos BM-S-8 e BS-4. Na nossa projeção, estamos com uma situação de caixa bem líquida, que nos permite prosseguir pelos próximos três ou quatro anos com nossas atividades e obrigações nos dois blocos, tanto nas atividades de exploração quanto no desenvolvimento – como é o caso do campo de Atlanta, na Bacia de Santos, em que a Queiroz Galvão é a operadora.

Há previsão de entrarem novos recursos na empresa?

Dependendo da estratégia que for adotada, novos aportes podem ser considerados se muitas rodadas surgirem e novos projetos exigirem isso. A ambição da Barra Energia é crescer e esse crescimento pode demandar muitos investimentos, então vai depender do futuro.

Qual expectativa de produção com o poço de Carcará?

Está no plano de negócios da Petrobrás que o primeiro óleo deve vir em 2018. É difícil ficar estimando quanto vai produzir. O que se pode falar por analogia, olhando para reservatórios e comparando com os que estão a sua volta, é que deve produzir muito próximo ou até mais do que se tem em grandes campos, como Sapinhoá e Tupi. Mas isso são especulações, o que vai determinar exatamente o volume de produção é o teste de formação que está previsto.

Quando deve ser feito o teste?

Em 2013 há a expectativa de se perfurar um poço na área de Carcará e, dependendo das características, existe a possibilidade do teste.

Em que fase está o BS-4?

O BS-4 tem duas acumulações de óleo pesado – Atlanta e Oliva – e recentemente, conforme anunciado pelo operador (Queiroz Galvão), foi aprovado o plano de desenvolvimento de Atlanta. Então estão sendo comprados os equipamentos cruciais para o início da perfuração dos poços que deverão produzir nesse campo. O início da produção vai depender muito de como procederem todas essas compras e de quando começar a perfuração dos poços, mas a previsão inicial é 2015.

Qual a estratégia da empresa em relação à 11ª rodada?

Vamos olhar com bastante carinho para essa área (Margem Equatorial), que é pouco explorada, principalmente na sua porção em águas profundas. Provavelmente são menos de 20 poços perfurados em águas profundas da bacia Potiguar até a Foz do Amazonas, sendo que é uma região muito grande. Existem algumas descobertas na porção africana, na Guiana Francesa, e, juntando com algumas descobertas anunciadas pela Petrobrás, tudo traz um alento muito grande e uma vontade de adquirir novos blocos nessas bacias.

Pretendem fazer parcerias para a rodada?

Já conversamos com algumas empresas. Evidentemente que eram conversas preliminares, porque ainda não havia data marcada para o leilão, mas agora, com a marcação dele, elas irão se intensificar para definirmos as parcerias que forem julgadas ideais.

A empresa pretende ampliar o foco para as bacias da Margem Equatorial?

O foco principal continua sendo nas bacias de Campos, Santos e Espírito Santo, que até o momento foram as mais prolíficas do Brasil. Mas evidentemente que, não tendo leilão nessas áreas, a gente vai se adaptando conforme as oportunidades. Vamos analisar a Margem Equatorial porque é uma área que tem suas qualidades, por mais que não a vejamos com os mesmos olhos que vemos Santos e Campos.

Pretendem investir na rodada do pré-sal, prevista para novembro?

Quando se fala pré-sal, o que será oferecido será mais em Santos, que é a nossa área foco, onde temos o máximo de interesse. Temos estudos bem avançados, que já nos dão uma ideia das áreas que teríamos o maior interesse, mas dependemos de aguardar a ANP dizer quais blocos serão colocados em leilão. Logicamente, sabendo quais são esses blocos, vamos voltar aos estudos para ver quais consideramos com maior potencial.

Como veem essas novas áreas no Norte/Nordeste que serão leiloadas?

A própria ANP apresenta essas áreas como novas fronteiras. Além disso, existe esse interesse do governo de descentralizar os esforços feitos pelas companhias de petróleo e tentar descobrir e explorar novas áreas do Brasil que não sejam nas áreas de pré-sal. Tudo vai depender de adquirir os blocos, fazer os estudos que forem necessários, mas ainda é prematuro dizer o que vai acontecer. Vai depender dos esforços feitos dentro do plano exploratório mínimo que as companhias talvez ofereçam para a ANP. Esse esforço que vai dizer se essas áreas tem um potencial muito grande ou não.

Quais são as expectativas para os próximos anos?

A expectativa da Barra Energia é muito boa, otimista, em virtude principalmente do que aconteceu em 2012, com a descoberta do Carcará. A descoberta nos abre uma perspectiva muito positiva para outras estruturas que vemos como semelhantes ou análogas a Carcará no próprio bloco. E no BS-4 temos o desenvolvimento do campo de Atlanta, com o operador muito empenhado em superar as etapas que possam levar a ter o primeiro óleo em 2015. As perspectivas tanto imediatas como a longo prazo são muito boas para a Barra Energia, mas não podemos ficar só em dois blocos. A estratégia é continuar crescendo, atentos para oportunidades que possam surgir, com farm-outs de empresas e crescimento orgânico nos leilões que serão promovidos pela ANP. 

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