BOICOTE OFICIAL COMPROMETE SUCESSO DA OTC NO BRASIL
Os organizadores da Offshore Technology Conference – OTC -, realizada anualmente em Houston, não saíram vencedores na primeira versão da feira que organizaram no Brasil e que termina hoje, às 20 horas, no Riocentro, depois do boicote aberto e explícito que sofreram do IBP, ONIP, ANP e, principalmente, pela Petrobrás. A pressão foi tanta, que diretores e gerentes da empresa não compareceram até agora ao evento. Os pouquíssimos funcionários da Petrobrás que apareceram na feira nesses dois dias de realização, revelaram que internamente havia rumores e aconselhamentos velados para que ninguém desse apoio ou visitasse a OTC no Riocentro. Muitas empresas brasileiras, inclusive, receberam pressão para que não comprassem os espaços que foram colocados à venda.
A verdade é que houve arrogância dos americanos que chegaram ao Brasil sem consultar ninguém ou contribuir financeiramente com nenhum órgão oficial que organiza as principais feiras e eventos ligados ao petróleo e gás no Brasil. Uma relação que ficou estremecida, já que anualmente o IBP, a ONIP e o SEBRAE organizam caravanas de empresários brasileiros que vão para a OTC, em Houston, nos Estados Unidos, em busca de negócios. Estas instituições reservam espaços e os vendem para empresas brasileiras formarem o Pavilhão Brasil. Inclusive com um grande estande da Petrobrás, que em 2012 não irá participar da feira americana.
A OTC Brasil não foi vitoriosa, mas também não saiu perdendo de todo. A feira reuniu poucas empresas e efetivamente ocupou apenas o pavilhão 3, que tinha grandes espaços abertos, com corredores largos, num cenário bem diferente da feira Rio Oil & Gás, realizada a cada dois anos, no mesmo espaço. A Rio Oil & Gás ocupa todos os pavilhões do Riocentro, inclusive as áreas externas, onde máquinas e equipamentos participam da exposição. Cerca de 90% das empresas que participam da OTC são estrangeiras e acertaram seus contratos diretamente no exterior, forçados por suas matrizes internacionais. Em compensação, o público presente, em sua grande maioria, era formado por profissionais ligados diretamente ao negócio do petróleo no Brasil. Pouca gente, mas um público selecionado.
A organização americana sentiu o golpe, ouviu algumas reclamações e viu que precisa costurar acordos com alguns órgãos que concentram a organização de eventos de petróleo e gás no Brasil. Inclusive acordos comerciais. Mas, mesmo que isso não aconteça, os americanos parecem não se importar muito, porque eles já reservaram o Riocentro para realizar a segunda versão em outubro de 2013.
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