BRASIL AUMENTARÁ DEPENDÊNCIA DE IMPORTAÇÃO DE DIESEL E PRODUÇÃO DE GLP SUBIRÁ QUASE 5% ATÉ 2031, DIZ EPE | Petronotícias




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BRASIL AUMENTARÁ DEPENDÊNCIA DE IMPORTAÇÃO DE DIESEL E PRODUÇÃO DE GLP SUBIRÁ QUASE 5% ATÉ 2031, DIZ EPE

heloisaO Ministério de Minas e Energia e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) publicaram nesta semana um novo caderno do Plano Decenal de Energia (PDE) 2031. O documento traz novas previsões sobre a oferta de derivados de petróleo no Brasil nos próximos dez anos. O estudo revela, por exemplo, que a produção brasileira de gasolina A e óleo diesel A deve crescer abaixo de 1% por ano até 2031, enquanto a produção de gás de cozinha (GLP) subirá quase 5% ano a ano durante o período. Diante desse cenário, o Brasil se tornará exportador líquido de GLP, mas aumentará sua dependência externa em relação ao diesel.

Segundo a EPE, a produção nacional de GLP deverá crescer mais de 70% no horizonte decenal, saindo de 27,2 mil m³ por dia em 2019 para 46,5 mil m³ por dia em 2031. De acordo com o estudo, esse aumento decorrerá, em grande medida, da parcela da produção oriunda do processamento de gás natural. “Destacase, em especial, o início de operação em 2022 da UPGN do Polo GasLub (exComperj), em Itaboraí (RJ), e o desenvolvimento da produção de gás natural na Bacia de SergipeAlagoas, na segunda metade desta década”, destacou a EPE.

glpAlém disso, estimase que a produção de GLP oriunda de UPGNs alcançará 26,8 mil m³/d em 2031, volume muito superior aos 8,9 mil m³/d produzidos em 2019 nessas unidades. “Entre 2019 e 2031, a produção de GLP deverá crescer em ritmo mais acelerado (+4,6% a.a.) do que a demanda nacional (+1,4% a.a.), reduzindo paulatinamente as importações do produto, até se tornar um superávit na segunda metade da década”, acrescentou a EPE.

Enquanto isso, o caderno sobre a oferta de derivados também afirma que com a expectativa de maior penetração do etanol hidratado na demanda de combustíveis do ciclo Otto, o Brasil poderá se tornar exportador líquido de gasolina. Os volumes de exportação líquida alcançariam a máxima de 9,0 mil m³/d em 2027, o que seria equivalente a 12% da produção nacional no ano.

dieselParalelamente, haverá um maior fator de utilização das refinarias nacionais. No entanto, a produção de gasolina A permanecerá em torno de 75 mil m³ por dia, em linha com a média registrada nos últimos anos. Em grande medida, isso se justifica, pois as projeções indicam que a demanda doméstica de gasolina não deverá retornar aos níveis de 2019 antes de 2031, em função do comportamento da demanda de combustíveis do ciclo Otto e da oferta de etanol hidratado”, avaliou a EPE.

No diesel, a situação será um pouco diferente. A EPE avalia que o Brasil ampliará ainda mais a sua condição de importador líquido de óleo diesel, com volume duas vezes superior à máxima histórica ao fim do período decenal. Para a estatal, mesmo com uma maior utilização do parque de refino brasileiro, a produção de óleo diesel A deverá apresentar crescimento tímido, em torno de 120 mil m³/d.

gasolinaIsso se explica, em grande medida, pela troca gradual da produção de [diesel] S500 por S10, o que representa um desafio para a operação das refinarias nacionais com vistas ao atendimento às especificações. Como consequência, os volumes de importação de óleo diesel deverão aumentar progressivamente, superando o patamar de 70 mil m³/d em 2031 (o que equivale a 37% da demanda no ano)”, projetou a EPE. Apenas a título de comparação, o Brasil importa atualmente por volta de 35,5 mil m³ por dia de óleo diesel.

Desde 2012, novos caminhões e ônibus no Brasil são equipados com motores da Fase P7 do Proconve (equivalente ao Euro V), adequados para o consumo de diesel S10, com teor máximo de enxofre de 10 ppm. “O crescimento expressivo da demanda de óleo diesel S10 representa um enorme desafio para o parque nacional de refino, uma vez que a sua produção exige necessariamente unidades de hidrorrefino, como hidrotratamento (HDT) e hidrocraqueamento catalítico (HCC), e, consequentemente, requerendo volumes significativos de hidrogênio”, ressaltou a EPE.

O caderno foi produzido pela Diretoria de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da EPE, liderada por Heloísa Borges (foto principal). O documento pode ser acessado na íntegra por meio deste link.

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