BRASIL OFFSHORE TROPEÇA NA DESORGANIZAÇÃO DA CIDADE DE MACAÉ

A cidade de Macaé bem merece ser reconhecida como a Capital Brasileira do Petróleo. Ela recebe mais de 40 mil petroleiros, atende a 64 plataformas, mais de mil poços, opera mais de seis mil vôos de helicópteros anuais e recebe mensalmente uma fortuna por isso proveniente dos royalties. Mas é uma cidade que só recebe e não dá quase nada em troca.  Nem à população, nem às empresas que a sustentam.

A população acostumada à desorganização urbana, com a sujeira, com o rio imundo, nem nota. É quase uma rotina a confusão. Falta sinalização, segurança, transporte urbano. Mas, para quem chega de fora, é uma marca que o governo local precisar estar atento.

Durante a realização da Brasil Offshore, quando a cidade recebe um número maior de visitantes, inclusive internacionais, o colapso parece iminente. A feira deste ano está maior e melhor organizada pela Reed Exhibitions Alcântara Machado, que aprendeu com os erros das edições anteriores no que diz respeito a proporcionar maior conforto e segurança para os participantes. Tanto para quem expõe, quanto para quem visita. A sala de imprensa foi bem instalada, há limpeza e ar condicionado funcionando. A estrutura foi bem montada e estava de acordo com o padrão de eventos internacionais.

Na responsabilidade da prefeitura ficaram todos os serviços de apoio e fiscalização. O prefeito Aluízio dos Santos Júnior, no fundo o grande responsável, tem a seu favor o argumento de que está há apenas alguns meses no cargo. Mas, por ser da comunidade local e viver o dia a dia da cidade até a sua eleição, não poderia deixar um evento que reúne 720 empresas expositoras num espaço de 37 mil m², com a expectativa de receber 55 mil visitantes, segundo as informações oficiais, ficar a Deus dará.

Quem chegou pelo Aeroporto da cidade, ficou sem táxi, ônibus ou carro alugado. A carona era a única saída. Hospedar-se em Macaé significou gastar, acredite, R$ 1.500,00 a diária dos melhores hotéis, ou R$ 500 reais a diária de uma pousada mais simples. O preço do estacionamento oficial era de R$ 40,00 por dia. No estacionamento do entorno do parque chegou a ser cobrado R$ 50,00. Quem não alugou carros fora da cidade teve que amargar maus bocados para sair do parque de exposição ao final de cada dia. A falta de ônibus faz os pouquíssimos táxis cobrarem de acordo com o humor do momento.

Um evento como a Brasil Offshore é bom e merece ser incentivado por todos. Mas é preciso dar estrutura adequada para que ele se realize. A organização mostrou que estava preparada para os desafios e que aprimorou seus métodos organizacionais desde a ultima edição, em 2011. Mas a prefeitura, que nada fez, pode planejar-se melhor para 2015. Talvez a visita aos grandes eventos internacionais pudessem ser um caminho para se olhar, aprender, melhorar e aplicar.

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