BRASILEIRA OCYAN FOI A ÚNICA EMPRESA A APRESENTAR PROPOSTA NA LICITAÇÃO DO FPSO P-81
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
A contratação do navio-plataforma P-81, que será instalado na promissora Bacia de Sergipe-Alagoas, pode estar um pouco mais perto de um desfecho. Segundo apuração da nossa reportagem, a brasileira Ocyan foi a única empresa a apresentar proposta na licitação para contratação da unidade, cujo início de produção está previsto para 2026. A concorrência desse navio-plataforma é especial para o mercado por vários motivos. Além de ser a primeira unidade da Petrobrás em Sergipe-Alagoas, a contratação da P-81 marca o retorno da estatal para o chamado modelo BOT (build-operate-transfer). Nessa modalidade, a licitante vencedora constrói e opera o navio por um período inicial e, posteriormente, transfere a planta para a petroleira.
Nos últimos tempos, a Ocyan tem conquistado importantes contratos na área de perfuração e – mais recentemente – também faturou um contrato com a Petrobrás para atividades de descomissionamento. Se de fato for confirmada como a vencedora da licitação da P-81, a empresa concretizará a expansão de seu histórico em projetos de unidades offshore de produção. Hoje, a frota da companhia é composta pelos FPSOs Pioneiro de Libra (instalado no sistema antecipado de Mero) e Cidade de Itajaí (Campo de Baúna). As unidades são de propriedade da joint venture formada pela Ocyan e sua parceira Altera Infrastructure.
Fontes de mercado ouvidas pelo Petronotícias confirmaram que a Ocyan foi a única a apresentar uma proposta na licitação, sem detalhar os possíveis termos financeiros da oferta. Desde o início do ano, já se ouvia comentários nos corredores do setor que apenas a empresa brasileira estava demonstrando interesse em materializar uma oferta na disputa. A licitação está sendo conduzida no modelo de carta-convite e outros grandes grupos – a Saipem e a BW Offshore são alguns dos grupos que estão listados como participantes da concorrência.
O futuro FPSO P-81 está sendo projetado para produzir 120 mil barris de óleo/condensado por dia e escoar 8 milhões de m³ de gás natural por dia. A Bacia de Sergipe-Alagoas é a grande nova fronteira de desenvolvimento de produção de óleo e gás da Petrobrás. Durante a fase de exploração, a companhia já alcançou alguns números marcantes, como o recorde nacional de profundidade d’água na perfuração de um poço, com 2.990 metros.
No final do ano passado, conforme noticiamos, a Petrobrás apresentou a comercialidade de sete campos de petróleo e gás na Bacia de Sergipe-Alagoas. A ideia da estatal é desenvolver a produção desses campos por meio de dois módulos. A primeira plataforma será justamente a P-81, que fará parte do módulo Sergipe Águas Profundas (SEAP) I. Já a segunda plataforma, que irá compor o SEAP II, ainda está em fase de planejamento.
Além disso, a Petrobrás planeja ainda a implantação de um novo sistema de escoamento de gás ligando os dois módulos SEAP à costa de Sergipe, com capacidade de 18 milhões de m³ por dia, com início de operação previsto para após o horizonte do Plano Estratégico 2022-2026.
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