CETEM DESENVOLVE NOVAS TECNOLOGIAS PARA A ATIVIDADE SUSTENTÁVEL NO SETOR MINERAL

Por Paulo Hora (paulo.hora@petronoticias.com.br) –

fernando-linsEm seu Núcleo Regional no Espírito Santo, onde realiza pesquisas tecnológicas e oferece serviços técnicos ao setor de rochas ornamentais, o Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) desenvolveu duas tecnologias inovadoras. O diretor do centro, Fernando Lins, explica que as tecnologias, que estão em fase de espera para receber o registro de patente, atuam em conformidade com o conceito de ecoeficiência. Na área de Óleo e Gás, o centro conta com parcerias com a Petrobrás e a UFRJ para desenvolver seus projetos no Rio de Janeiro.

Como vocês atuam no setor de mineração?

O Cetem provê soluções para o setor mínero-metalúrgico visando ao melhor aproveitamento dos recursos minerais brasileiros. Nossa missão é desenvolver tecnologia para o uso sustentável desses recursos. Para isso, dispomos de uma infraestrutura que nos permite desenvolver, adaptar e otimizar as tecnologias aplicadas ao processamento, beneficiamento e valorização de bens minerais. Dispomos de tecnologia de amostragem, cominuição (britagem e moagem), classificação, concentração, flotação, aglomeração, espessamento e desaguamento. Da mesma forma são dominadas aquelas tecnologias aplicadas nos processos metalúrgicos extrativos, incluindo a hidrometalurgia e a pirometalurgia.

Como o Cetem trabalha esse conceito de sustentabilidade no desenvolvimento tecnológico?

O Cetem se dedica ao desenvolvimento e à otimização de tecnologias mais limpas, nas quais os processos biotecnológicos são aplicados tanto no processamento mineral como no metalúrgico extrativo, assim como nas questões relacionadas à minimização dos impactos ao ambiente. Assim, prestamos assistência tecnológica para o melhor aproveitamento da produção de agregados, assim como para reciclar rejeitos oriundos da construção civil. É de relevância a atuação do Cetem junto ao setor de rochas ornamentais, mediante o domínio e a transferência de tecnologias para a caracterização, para a lavra e beneficiamento, assim como na reciclagem de resíduos. O Centro detém, ainda, tecnologia para apoiar o setor de gemas, pedras semipreciosas e pedras preciosas, dominando as técnicas de identificação e certificação de qualidade e genuinidade desses materiais.

O que é feito no Núcleo Regional, no Espírito Santo?

O Núcleo Regional desenvolve atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação para o setor de rochas ornamentais. O Núcleo está localizado em Cachoeiro de Itapemerim, principal polo produtor e exportador de rochas ornamentais no Brasil. A unidade tem como objetivo desenvolver pesquisas tecnológicas e oferecer serviços técnicos de interesse do setor de rochas. Além disso, o NR-ES já conta com dois pedidos de patente depositados no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e está apto a emitir certificados e elaborar relatórios e pareceres técnicos. Suas principais linhas de pesquisa são: melhorias tecnológicas nos processos de beneficiamento; meio ambiente; e propriedades tecnológicas das rochas ornamentais e estudos de alterabilidade.

Quais são as tecnologias que estão com pedido de patente?

São duas tecnologias inovadoras para o setor mineral. Uma é o Rebolo Ecoabrasivo, uma alternativa ao processo de polimento das chapas de rochas ornamentais. A inovação dessa pesquisa foi o uso de uma resina poliuretana à base de mamona, já utilizada em outras aplicações industriais, para fazer um insumo essencial para o beneficiamento das rochas ornamentais. Em testes realizados numa politriz industrial, o ecoabrasivo apresentou excelentes resultados em relação ao seu poder de corte, durabilidade e qualidade da superfície polida. Além disso, o processo de confecção deste novo abrasivo está em conformidade com aspectos relacionados à ecoeficiência e à segurança laboral, uma vez que é composto por um produto totalmente atóxico.

A outra é o Aproveitamento de Resíduos de Rochas Ornamentais em Pavimentação Asfáltica. Essa tecnologia oferece dois possíveis usos de resíduos de rochas ornamentais: em pavimentação asfáltica e na fabricação de polímeros. O Cetem realiza estudos cujos resultados indicam a possibilidade de aproveitamento de resíduos grossos e finos da extração e beneficiamento de rochas em substituição à brita no pavimento asfáltico.

Em que tipos de projetos para o setor de Óleo e Gás o centro é especializado?

O Cetem trabalha com esse setor, especialmente com o Centro de Pesquisa da Petrobrás (Cenpes), uma cooperação iniciada em 2000. As principais linhas de pesquisa focam a implementação de metodologias analíticas inovadoras ou de tecnologia avançada, desenvolvimento em biotecnologia para remediação de solos e aproveitamento de resíduos de perfuração de poços de petróleo, entre outros. Alguns dos projetos em curso envolvem metodologia analítica para caracterização química detalhada de calcários; aplicação de bioproduto para remediação de solos multicontaminados com hidrocarbonetos e metais; e aplicações para os resíduos.

O Cetem fica na Cidade Universitária. Vocês desenvolvem muitos projetos em parceira com a UFRJ?

Naturalmente, pela proximidade, a UFRJ é a universidade com a qual temos maior interação. Diversos projetos de Pesquisa e Desenvolvimento são desenvolvidos em parcerias com professores. A grande maioria dos 50 estudantes que fazem iniciação científica no Cetem provém dos vários cursos de graduação da UFRJ, tais como: engenharia metalúrgica, engenharia química, química, geologia, entre outros. Bolsistas graduados e pós-graduados que atuam nas pesquisas do Centro são egressos de lá. Além disso, cerca de 20 alunos de mestrado e doutorado dessa universidade realizam nos laboratórios do Cetem seus trabalhos experimentais, coorientados por nossos pesquisadores.

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