CHEVRON FOI INOCENTADA PELO ACIDENTE QUE VAZOU QUASE QUATRO MIL BARRIS DE PETRÓLEO NA BACIA DE CAMPOS

vazaO que parecia impossível  aconteceu: a Chevron foi inocentada pelo TRF da 2ª Região, que compreende o Rio de Janeiro e Espírito Santo, pelo vazamento de quase 4 mil barris de petróleo nas águas da Bacia de Campos em novembro de 2011. Apesar de todas as evidências históricas, os juízes acreditaram nas palavras do advogado da empresa americana, Nélio Machado, que afirmou não ter morrido um só peixe em função do vazamento. Segundo ele, os executivos da Companhia americana cumpriram todos os protocolos num caso como aquele. Desde  fazer a contenção como avisar imediatamente as autoridades, após a constatação do derramamento. Em 2013, a Chevron assinou um termo de ajustamento de conduta com o Ministério Público e órgãos do governo federal em que se comprometeu a compensar os danos causados.

Na época, a área da mancha de óleo avistada em alto-mar, foi detectada até pelos satélites da NASA e  estimada em 163 quilômetros quadrados. Após ver as imagens divulgadas pela Nasa, o geógrafo John Amos, diretor do site SkyTruth, especializado em interpretação de fotos de satélites com fins ambientais, concluiu que o derrame poderia ter  chegado a 3.738 barris por dia, mais de dez vezes o que a ANP divulgou na ocasião.  A Chevron declarou que o vazamento é resultado de uma falha natural na superfície do fundo do mar.

A cronologia do acidente foi assim:

Dia 7 de novembro,  Início do vazamento. A Chevron detectou uma falha durante a perfuração. No dia seguinte a Chevron recebeu um telefonema da Petrobrás informando que havia uma mancha de óleo próxima a uma plataforma da estatal no Campo de Roncador. Na  noite do dia 9 a Chevron descobriu o vazamento e avisou ao Ibama e à Agência Nacional do Petróleo (ANP) no dia seguinte, estimando que o volume vazado seria de 60 barris, a 120 km da costa.  No dia 11 a mancha já atingiu  60km2, segundo dados do Ibama, que considerou o acidente como de porte médio. No dia 12, a Chevron informou que mancha era formada por entre 404 barris e 650 barris de petróleo.

No dia 13, a  empresa americana dizia que volume total do vazamento continuava em até 650 barris e informou que uma frota de 17 navios de apoio trabalhavam  na operação de controle da mancha. Segundo a empresa, neste dia, a fonte do vazamento foi estancada. No dia 14, a  Mancha de óleo dobrava de tamanho e extensão, atingindo 163km2, segundo a ANP. Já a Chevron voltou a afirmar que o volume da mancha continua estimado entre 404 barris e pouco mais de 650 barris. Posteriormente, empresa diz que quando tinham vazado 882 barris. A ANP, porém, estimava que o vazamento tivese sido  de 200 a 300 barris por dia.

No dia 15 de junho a Chevron informava que o petróleo que vazou de rochas no fundo do mar apresentava  “significativa redução”. A empresa diz estar avançando no selamento do poço. O volume da mancha ainda era estimado em 650 barris pela companhia americana. No dia 16, a Polícia Federal anunciou a instauração de inquérito para apurar o acidente. Segundo o delegado Fábio Scliar, a Chevron estaria “omitindo informações” e o acidente parecia ser mais grave. Ainda segundo ele, a rachadura no solo de onde o óleo vazava tinha uma extensão de 280 metros a 300 metros. A Petroleira manteve a informação de que volume vazado desde o início do acidente era de 400 barris a 650 barris. Para a ANP, o volume era de mil barris. Agência informou que o fechamento do poço seria concluído em 20 horas, enquanto Chevron dissera que o fechamento começara no dia 13. Delegado diz que equipe só viu um barco dando apoio à operação, já a Chevron dissera, também no dia 13, que havia 17 embarcações.

No dia 17 a Chevron afirmava que  volume da mancha na superfície caia para 65 barris. Já o geólogo John Amos, da ONG SkyTruth, estimava que entre 9 e 12 de novembro tivessem vazado 3.738 barris por dia, totalizando ao menos 15 mil barris no oceano. A ANP, por outra parte, diz que derramamento seria de 3,3 mil barris desde o dia 7. Chevron informava que a operação de cimentação do poço continuava.

No dia 18, o delegado da Polícia Federal  investigava a denúncia de que Chevron teria trazido funcionários estrangeiros sem autorização para trabalhar em suas plataformas de petróleo. O presidente da petroleira no Brasil, George Buck, deu a primeira entrevista sobre o acidente e disse que desde o dia 13 a fonte do vazamento de petróleo foi interrompida. Para isso, foi injetada lama pesada. Segundo Buck, o óleo que continuava a vazar era  residual e era impossível calcular o volume que vazou porque uma parte evapora ou se degrada e a outra é dispersada pelas correntes marinhas. Para Buck, volume de óleo ainda existente no local era de apenas 18 barris. Já ANP, Ibama e Marinha informam que, em sete dias, de 1.400 barris a 2.310 barris vazaram no Campo de Frade. A Chevron insiste no vazamento de 650 barris. A extensão da mancha caiu para 18 km e área, para 11,8 km2

No dia 19,  a Polícia Federal decidiu indiciar Chevron por outro crime ambiental: afundar óleo no mar. A empresa negou o uso de dispersantes ou de areia para este fim e informa que seus barcos teriam recolhido 250 metros de água oleosa. No dia seguinte, o Presidente da Chevron Brasil reconheceu que o equivalente a entre dez e cem barris continuava vazando das fissuras, mas que era residual. Dois dias antes, Buck dissera que o vazamento estava limitado ao equivalente a 18 barris. A Empresa informava que desde o dia 9 foram recolhidos cerca  de 385 m3 de óleo. Em entrevista,  Buck diz que a Chevron assumiria total responsabilidade pelo acidente.

No dia 21,  as multas cobradas pelo Ibama, ANP e pelo governo do Estado do Rio poderiam chegar a R$ 260 milhões. Segundo ANP, a Chevron  mentiu, ocultando informações e imagens sobre o vazamento. Ainda de acordo com a agência, uma média de 330 barris vazou por mais de uma semana. Buck reafirmou que óleo que ainda vazava era residual. O Executivo informou que vazaram cerca de 2.400 barris de petróleo e que, neste dia, eram apenas dez. A Empresa voltava a assumir responsabilidade pelo acidente e seu presidente no Brasil admitia que pode ter havido falhas da exploração.

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Wagner
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Wagner

“Os juízes acreditaram nas palavras do advogado (R$) da empresa americana, Nélio Machado, que afirmou não ter morrido um só peixe em função do vazamento.

Tá bom naquela área não existia vida marinha mesmo…kkkk