COGERAÇÃO DE ENERGIA NO BRASIL ATINGIU PATAMAR DE 20,5 GW DE CAPACIDADE
A cogeração em operação comercial no Brasil alcançou a marca de 20,5 GW no final de março, o que representa uma alta de 4% no total de capacidade instalada na comparação com o ano passado (19,71 GW, em março de 2022). Além disso, o número representa 10,8% da matriz elétrica brasileira (191,4 GW). O dado foi apresentado nesta semana pela Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen). Atualmente, a cogeração equivale a 1,46 vezes a capacidade instalada da maior hidrelétrica do país, a usina de Itaipu, que possui 14 GW de capacidade instalada.
“A cogeração de energia vem dando uma significativa contribuição para a segurança energética do país”, afirmou o presidente executivo da Cogen, Newton Duarte (foto). “É uma energia distribuída, gerada em usinas próximas dos pontos de consumo, o que dispensa a necessidade de investimentos em longas linhas de transmissão. E é uma energia firme, com qualidade, não intermitente A cogeração é fundamental para uma matriz elétrica mais equilibrada, poupando água dos reservatórios das hidrelétricas”, acrescentou.
A cogeração brasileira conta agora com 654 usinas. A produção de energia movida a bagaço de cana-de-açúcar totaliza 387 usinas. A capacidade instalada é de 12,356 GW, o que representa 60,4% do total da cogeração. Em segundo lugar, no ranking, está o licor negro, com 21 usinas, perfazendo uma capacidade instalada de 3,407 GW (16,6%). Já a cogeração a gás natural tem 93 usinas, somando uma capacidade instalada de GW instalados (15,4%). A cogeração derivada de cavaco de madeira chega a uma capacidade instalada de 880 MW (4,3%) derivadas de 70 usinas. A produzida com biogás detém uma capacidade instalada de 376 MW (1,8%), partindo de 51 usinas. Outras fontes somam uma capacidade instalada de 299 MW, oriundas de 32 usinas, e completam o quadro (1,5%).
A Cogen avalia que o potencial da cogeração de energia possa assumir um papel de maior destaque no planejamento energético brasileiro. “As usinas de cogeração movidas a biomassa têm diversas externalidades econômicas e ambientais. Acreditamos que os organismos de planejamento poderiam ser mais assertivos ao sinalizar a expectativa de crescimento da cogeração. Isso seria importante para a decisão de investimento. O potencial de crescimento é expressivo, sobretudo com as possibilidades de um novo uso da cana-de-açúcar e seus resíduos (como por exemplo a vinhaça da produção do etanol e da torta de filtro) com o advento da produção de biometano”, defendeu Duarte.
O presidente da Cogen aposta ainda no crescimento da cogeração a gás natural, principalmente com as perspectivas de novos ofertantes da molécula a preços mais competitivos, fator que, segundo ele, pode trazer uma maior viabilidade para os projetos de cogeração.
De acordo com o diretor de Tecnologia e Regulação da Cogen, Leonardo Caio Filho, a cogeração movida a biomassas tem sido essencial para garantir a segurança energética do País. “Em 2022, a cogeração contribuiu para poupar 14 pontos percentuais do nível dos reservatórios das hidrelétricas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que é justamente onde está o principal mercado consumidor do País. Vale lembrar que as usinas de açúcar e etanol entregam essa energia principalmente no período de safra, o que coincide com o período seco”, destacou.
No ranking por unidades da federação de cogeração por biomassa, o Estado de São Paulo lidera a lista com 7,5 GW instalados. Em seguida estão Minas Gerais (2,1 GW instalados); Mato Grosso do Sul (1,9 GW instalados); Goiás (1,5 GW instalados); Rio de Janeiro e Paraná (cada um com 1,3 GW instalados) e Bahia (1,1 GW instalados).
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