COM CRISE HÍDRICA, AUMENTA A PROCURA POR GRUPOS GERADORES NO PAÍS E VENDAS DA BRASILEIRA STEMAC SOBEM
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
Completando 70 anos de vida em 2021, a fabricante brasileira de grupos geradores Stemac tem visto um aquecimento em seus negócios nos últimos meses. A crise energética está refletindo-se em novos negócios para a companhia, que já percebeu um aumento de 35% das suas vendas nos últimos 60 dias. Hoje (2), começaremos o noticiário da semana entrevistando o vice-presidente executivo da Stemac, Valdo Marques, que avalia que a indústria brasileira está acelerando o investimento em grupo geradores por conta dos temores causados pela crise energética. “Os projetos que estavam ‘na gaveta’ e são resgatados em função da recuperação econômica, somam-se às novas demandas pontuais, decorrentes do risco de racionamento. Já vínhamos percebendo um aumento na procura, nos últimos meses”, contou. “Julho bateu recorde de vendas do ano, até agora”, acrescentou o executivo. A Stemac, atualmente em processo de recuperação judicial, conta com uma fábrica própria, no sul de Goiás, com uma capacidade instalada de mais de 15 mil equipamentos por ano. “Com ela [a fábrica], temos a maior capacidade instalada do mercado. Podemos acionar modularmente o crescimento da produção, na medida da necessidade do mercado”, afirmou. A expectativa para os próximos meses é positiva, especialmente por conta dos sinais iniciais de que a economia brasileira está sendo retomada, mas a questão da falta de insumo ainda é uma preocupação importante. “Pelo lado da demanda, como disse anteriormente, estamos otimistas, principalmente em função da retomada do crescimento econômico no Brasil. A preocupação é com a crise de escassez de insumos, que a indústria em geral vem sofrendo. A falta de semicondutores, que afeta a fabricação de insumos essenciais para o grupo gerador, é um desafio a ser vencido”, concluiu Marques.
Como a Stemac tem percebido a procura por geradores nesse momento de crise hídrica?
Alguns fatores contribuem para o aquecimento no mercado de grupos geradores. Desde a crise de confiança iniciada em 2015, com os eventos de corrupção, os investimentos no país ficaram represados. A retomada estava sendo ensaiada quando adveio a pandemia, ocasionando uma tragédia sanitária sem precedentes, que exerceu outra força de contenção na economia. A indústria de bens de capital sofre com a queda de investimentos, mas normalmente tem picos de crescimento quando as causas do represamento deixam de existir.
O movimento que vemos no contexto atual, após alguns percalços, é o avanço da vacinação com uma retomada acelerada da economia. Esse fator, por si só, traria crescimento na demanda por grupos geradores. A crise hídrica, nesse contexto, sem dúvida acelera o processo decisório na carteira existente e gera um aumento no portfólio de novos clientes. Os projetos que estavam “na gaveta” e são resgatados em função da recuperação econômica, somam-se às novas demandas pontuais, decorrentes do risco de racionamento. Já vínhamos percebendo um aumento na procura, nos últimos meses. Julho bateu recorde de vendas do ano, até agora.
Seria interessante se pudesse detalhar quais são os principais segmentos demandantes nesse momento. E, se possível, falar também de outros setores que poderiam investir mais em geradores.
Assim como quem vive precisa de ar, quem exerce qualquer atividade comercial, demanda energia. Hoje em dia, a possibilidade de garantir autonomia energética para seu estabelecimento comercial, industrial, ou para sua residência, é muito acessível. Além da evolução tecnológica, que permite baixas emissões atmosféricas, o nível de ruído é insignificante. O preço e condições de financiamento dos equipamentos, combinados com os benefícios de “não parar” a atividade empresarial e, acima de tudo, garantir a sua segurança pessoal e patrimonial, asseguram uma relação custo x benefício, extremamente positiva. Fonte alternativa e segura de energia não é luxo, é necessidade.
Diante desse aumento de demanda, como a Stemac está se preparando para atender aos novos pedidos?
A Stemac possui a maior fábrica de grupos geradores da América Latina, situada no sul de Goiás, em Itumbiara, recentemente inaugurada. Ao redor de 70 mil metros quadrados de área construída, o espaço nos garante uma capacidade instalada de mais de 15 mil equipamentos por ano. Junto com nossos parceiros na cadeia logística, estamos trabalhando, desde o início do ano, para garantir, com esforços adicionais, que o Brasil não pare, na hipótese de um evento emergencial.
Existem planos de novos investimentos diante desse crescimento de demanda?
Nosso planejamento de investimentos vem de muito tempo. Passamos pelo problema energético em 2001 e, desde então, planejamos nossas estruturas para, modularmente, crescer com muita rapidez, em casos emergenciais. Em 2011, iniciamos a construção da nossa planta industrial atual, que foi inaugurada parcialmente em 2013 e totalmente em 2015. Com ela, temos a maior capacidade instalada do mercado. Podemos acionar modularmente o crescimento da produção, na medida da necessidade do mercado. Nossos investimentos em curso e planejados são voltados para inovação.
Como estão as perspectivas de negócios para esse segundo semestre?
Pelo lado da demanda, como disse anteriormente, estamos otimistas, principalmente em função da retomada do crescimento econômico no Brasil. A preocupação é com a crise de escassez de insumos, que a indústria em geral vem sofrendo. A falta de semicondutores, que afeta a fabricação de insumos essenciais para o grupo gerador, é um desafio a ser vencido. Temos os maiores players mundiais como aliados estratégicos e, assim, trabalhamos em conjunto para tentar não deixar esse problema chegar até o mercado consumidor no Brasil. Ainda assim, essa é uma realidade a ser enfrentada. Em função disso, aconselhamos nossos clientes a se programarem com antecedência. Afinal, o grupo gerador precisa estar instalado antes do eventual problema acontecer. Precisamos nos antecipar, principalmente em momento de restrições de insumos, que afeta todo segmento, sem exceção.
Poderia revelar qual será a estratégia da empresa para continuar crescendo dentro do mercado brasileiro, especialmente dentro do segmento industrial?
A Stemac completa 70 anos em 2021. Movemo-nos em função dos nossos clientes. O principal diferencial é a maneira como nos relacionamos com o mercado. Não temos representantes, assistências técnicas autorizadas etc. Somos a única indústria do segmento que possui engenheiros, vendedores e técnicos próprios, em todas as unidades da federação. Nosso time é integralmente treinado em fábrica e entrega, todo dia, o principal valor da empresa: foco no cliente. Investimos pesado em pesquisa e desenvolvimento, para levar a solução mais adequada para cada demanda. O melhor produto, com maior eficiência e menor custo operacional. Seguimos firmes nos nossos valores, certos de que essa fórmula “tecnologia x excelência operacional x proximidade com cliente” entrega o nosso melhor, na busca de atender plenamente o mercado.
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