COMGÁS APOSTA NO INCENTIVO À COGERAÇÃO DE ENERGIA

Por Paulo Hora (paulo.hora@petronoticias.com.br) – 

Sérgio SilvaCom o objetivo de reduzir os custos de geração, transmissão e distribuição de energia, a Comgás vem apostando na cogeração a gás natural. O Gerente de Marketing Industrial da companhia, Pedro Silva, falou sobre a importância de novos investimentos para fomentar o segmento e contou que as usinas em que a empresa participou do projeto somam 150 MW de capacidade instalada. No entanto, na opinião dele, faltam projetos, estudos de viabilidade e incentivos para o setor no Brasil.

Como a Comgás atua no segmento de cogeração?

A Comgás trabalha com 25 usinas de cogeração. Destas, 13 servem ao setor industrial e 12 ao setor de serviços. Atuamos como consultores de negócios. Nosso papel é intermediar e orientar. Temos expertise em eficiência energética. Como a energia térmica está se tornando uma tendência, a cogeração a gás natural é um modo de evitar os altos custos de transmissão e distribuição.

Essas usinas produzem excedentes que vão para o sistema?

Não. Atualmente todos nossos projetos são de auto-produção. Um dos nossos objetivos é viabilizar a produção de energia excedente para trabalhar o conceito de geração distribuída, em que as empresas injetariam energia no sistema elétrico de forma sustentável a partir da eficiência energética a custos extremamente mais competitivos que os das termelétricas.

O que já foi desenvolvido até agora?

Um exemplo de empreendimento nessas bases foi o condomínio Rochaverá, que fica em São Paulo. No subsolo do espaço, há uma usina de cogeração com capacidade instalada de 8 MW. O ar-condicionado das torres do condomínio funciona através da água refrigerada com o rejeito térmico da usina. A Ecogen foi a investidora desse empreendimento, o que mostra a importância da iniciativa privada para o segmento, pois investidores interessados é o que não falta.

Qual a potencial atual de cogeração de energia no Brasil?

Não tenho os dados gerais, mas as usinas que tiveram participação da Comgás no projeto somam 150 MW de capacidade instalada.

Qual é a projeção de crescimento da produção de energia por meio da cogeração no Brasil e o investimento necessário para atingi-lo?

Segundo dados da Aneel, a capacidade de cogeração, somando as de gás natural, biomassa e outros, é 11.857 GW. Não há um estudo nacional para traçar planos para o segmento, o que, aliás, a Comgás cobra da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). No estado de São Paulo, existe um estudo chamado de PBE 2020, em que a estimativa de crescimento da cogeração a gás natural foi definida em 1 GW até 2020.

Você considera que a cogeração é pouco incentivada na Brasil?

Sim. O incentivo é quase inexistente. Não há qualquer planejamento nesse sentido, até por deficiência de know-how. Existe um espaço enorme para estudos. É muito comum ver usinas que não conseguem iniciar a operação cinco anos depois do leilão.

Existem linhas de crédito especiais do BNDES para o segmento?

Sim. Isso é importante. Todos os projetos de cogeração se beneficiam do financiamento da linha Proesco, do BNDES, que já funciona bem, mas vai ser melhorada.

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