COMITÊ DE ÓLEO E GÁS DA FIERGS FOMENTA INDÚSTRIA NO RIO GRANDE DO SUL

A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS) criou um comitê de petróleo, gás e energia há três anos, e desde então vem fomentando muitos negócios do setor na região. O coordenador do comitê, Oscar de Azevedo, conversou com o repórter Daniel Fraiha e contou como tem sido esse trabalho e quais foram os sucessos obtidos recentemente.

Qual o papel do comitê de petróleo, gás e energia da FIERGS?

O comitê foi criado há três anos e eu diria que tem o papel de ajudar a reunir as forças do Rio Grande do Sul na cadeia de óleo e gás, para estimular negócios e investimentos na região. Nós realizamos atividades mensais, em que trazemos interlocutores de várias frentes, como Petrobrás, Caixa Econômica Federal, entre outras. Há cerca de quinze dias trouxemos o diretor de abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, e também já trouxemos o diretor de E&P, Guilherme Estrella.

O papel do Rio Grande do Sul tem crescido na indústria de óleo e gás. Como tem sido os estímulos ao setor?

Hoje o Rio Grande chama atenção porque está integrando atividades. Nós temos o segundo maior pólo metal-mecânico do país, que antes costumava se voltar para o setor automobilístico, mas agora, com o advento do pólo naval offshore, temos uma grande chance de acelerar a indústria local. Aqui serão feitos FPSOs, plataformas e uma série de tipos de embarcações que vão gerar renda, empregos e desenvolvimento.

Esse crescimento gerou a necessidade de novos programas de capacitação?

Estamos com dois programas, que são o Prominp Indústria RS, na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), e o Prominp Rio Grande, na Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Temos qualificação elementar e qualificada, sendo que para chegar a estes programas, tínhamos chamado a atenção da Petrobrás pela nossa articulação. Já tínhamos um diálogo constante entre a FIERGS, a Rede Petro RS, o governo do estado, as universidades e os parques tecnológicos. É uma coisa recente, não tínhamos um governo tão bem estruturado com a indústria havia tempo, mas agora, com todas essas iniciativas, os resultados começaram a aparecer.

Quais as parcerias que a FIERGS tem firmado e está em vias de firmar?

Nós estamos sempre em busca de novos contatos, indo a eventos internacionais, assinando acordos… nosso papel é o de interlocução. Estivemos na OTC de Houston em maio e marcamos um golaço, que foi trazer a empresa Exterran para Pelotas, onde ela já está fazendo a sondagem de terreno e deve instalar a fábrica de módulos para FPSOs em pouco tempo. Também estivemos na Coréia onde fizemos um contato importante com a Komea, que é a associação de fabricantes de equipamentos para a indústria naval e offshore de lá. Fomos a Aberdeen, na Escócia, onde assinamos acordos com a UK Trade & Investment (UKTI), enfim, nossa missão nessas viagens é divulgar o potencial do Rio Grande do Sul para atrair empresas para cá.

As regras do conteúdo local têm ajudado a trazer as empresas?

O conteúdo nacional veio a favor da nossa indústria. Com a crise lá fora, as empresas estão buscando novas oportunidades de investimentos e, quando vêem que o pré-sal está dando certo, elas começam a querer vir para o Brasil, mas não sabem a quem se associar. Nosso trabalho ao viajar é mostrar a nossa estrutura e atrair essas companhias. Apesar de estarmos fora do eixo de produção, quando as empresas vêem nosso pólo naval offshore, elas percebem que a coisa é séria.

Quais são as vantagens do pólo naval offshore do Rio Grande do Sul?

Nós temos uma bacia hidrográfica com 360 quilômetros navegáveis, um canal que liga São José do Norte até o porto do Rio Grande, com 17 metros de calado, então podemos abrigar tanto a indústria leve, que produz módulos, quanto a mais pesada, que vai fazer os FPSOs e as plataformas. Estamos atraindo as empresas para o Porto do Rio Grande e temos tido bons resultados. Já temos a Quip (sociedade entre Queiroz Galvão, UTC Engenharia, Iesa Óleo e Gás, Camargo Correa e PJMR) instalada, o Estaleiro Rio Grande (ERG), da Engevix, e o Estaleiro do Brasil (EBR), do Grupo Setal. Sendo que este último só não começou ainda as obras de instalação porque está esperando as licenças ambientais, que não devem demorar para sair, já que houve uma audiência pública há cerca de 40, 50 dias.

Em relação a pesquisa e desenvolvimento, o que a FIERGS tem incentivado?

Temos um forte trabalho junto às universidades. Na UFRGS, por exemplo, temos mais de R$ 60 milhões da Petrobrás investidos em pesquisas, o que gerou a especialização deles em vários tipos de atuação no mercado de óleo e gás, como em corrosão e risers. Já na PUC-RS, a especialização tem caminhado mais para softwares e automação, assim como na FURG. São iniciativas muito interessantes e que têm feito com que surjam muitos trabalhos importantes desses investimentos.

 

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