CONHECIMENTO SOBRE SEGURANÇA DA INDÚSTRIA NUCLEAR AJUDARÁ A DESMISTIFICAR A FONTE, APONTA PESQUISADOR
O maior conhecimento sobre os parâmetros de segurança e as salvaguardas que envolvem a indústria nuclear é o caminho para desmistificar a fonte e ampliar sua aceitação na sociedade como um todo. Este foi o tema da primeira rodada de debates virtuais desta quinta-feira (12) do evento Nuclear Trade and Technology Exchange (NT2E), promovido pela Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN). O debate teve a moderação de Carlos Aragão e contou ainda com a participação dos jornalistas Rodrigo Polito, Ramona Ordoñez e Denise Luna.
O palestrante do painel “Assuring Safety, Security and Safeguards” foi o pesquisador argentino Abel Julio González. Ele é especialista em proteção de radiações e segurança nuclear, além de ser representante no Comitê Científico das Nações Unidas sobre os Efeitos da Radiação Atômica (UNSCEAR).
“Temos um sistema internacional muito sólido que nenhuma outra indústria possui, com salvaguardas e segurança. A parte de salvaguarda se preocupa com a não proliferação de armas nucleares, enquanto a segurança se ocupa com o controle da radiação. Cremos que esse sistema é o melhor para desmistificar a energia nuclear. Este é um desafio que temos para o futuro”, afirmou González.
O acadêmico também foi diretor da Divisão de Transporte de Radiação e Segurança de Resíduos da Agência Internacional de Energia Atômica por 20 anos e traçou um paralelo sobre como o setor nuclear e os demais segmento cuidam de seus resíduos. “A indústria nuclear foi a primeira e única no mundo que tomou uma decisão ética muito firme, que foi guardar os resíduos. Todas as demais indústrias, no entanto, lançam esses resíduos no ambiente. É o que faz a indústria do carvão com as cinzas, por exemplo”, ponderou.
O consultor técnico da Agência Naval de Segurança Nuclear e Qualidade e membro da Academia Brasileira de Ciências, Carlos Aragão, que fez a moderação do debate, destacou o desempenho da segurança das usinas nucleares brasileiras. “Nossos reatores têm desempenho extremamente seguro, com índices fantásticos. E mais: cada [nova] usina vai incorporando as lições extraídas dos acidentes passados. Como o Abel bem colocou, há todo um sistema internacional em torno disso. Esta é uma tecnologia que vai se tornando cada vez mais segura com o tempo, seja com avanços tecnológicos, seja com lições aprendidas com os acidentes”, afirmou.
Por fim, Aragão elogiou a iniciativa da ABDAN de realizar o debate, como forma de ampliar o conhecimento da sociedade sobre o setor nuclear. “Eu acho que a ABDAN está dando um passo muito importante com esse evento, na direção de ampliar os horizontes da área nuclear, desmistificá-la e trazer o conhecimento sobre a fonte”, finalizou.
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