CONSÓRCIO BRASILEIRO DE ENGENHARIA RECEBEU US$ 4 MILHÕES DA ESTATAL PDVSA POR OBRAS NÃO FEITAS
A engenharia brasileira está hoje no olho do furacão e novas suspeitas de irregularidades seguem surgindo na indústria; desta vez, vêm de fora do país. O consórcio Ambiental Tecnol, formado pelas empresas nacionais Ambiental Tecnol, Duotec e Perfecta, faturou US$ 4 milhões em acordo que nunca foi iniciado com a estatal da Venezuela PDVSA, para obras em um terreno a ser saneado em Caracas. Assinado em 2014, o contrato envolveu pagamentos feitos em banco na Áustria e levou à contratação de 20 funcionários, mas todos foram demitidos em dezembro e o projeto com a petroleira não saiu do papel.
O acordo, acertado em um total de US$ 17 milhões, previa a execução de tarefas administrativas e logísticas para sanear um terreno contaminado com gasolina e querosene perto do aeroporto da capital venezuelana. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o contrato recebeu assinatura do então diretor da subsidiária PDVSA Engenharia, Fadi Kabboul, em negócio fechado sem licitações devido ao modelo previsto na parceria econômica entre Brasil e Venezuela. Ainda não há evidências claras de que houve irregularidade.
A estatal teria efetuado depósitos de valores entre US$ 978 mil e US$ 998 mil em uma agência do banco Meinl Bank, em Viena, na Áustria. O projeto, no entanto, nunca foi posto em prática. Segundo fontes ligadas ao consórcio brasileiro, o saneamento não foi feito porque a PDVSA deixou de pagar a quinta e última parcela de pagamento, em total de US$ 978 mil. Sem esse valor, as companhias não poderiam fazer os investimentos requeridos em equipamentos.
As empresas do consórcio, sediadas em Goiânia e Cubatão, ainda não se manifestaram. Parte dos funcionários demitidos vem movimentando um reajuste na indenização paga pelo grupo, em processo que deverá ser encaminhado à Justiça nas próximas semanas.
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