CONSÓRCIO DE LIBRA ESTUDA UTILIZAÇÃO DE UNIDADES DE PRODUÇÃO COM MAIOR CAPACIDADE

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

As previsões grandiosas para o campo de Libra já estão levando ao estudo de novas estruturas de produção para a área do pré-sal. O gerente executivo da Petrobrás Carlos Tadeu da Costa Fraga, responsável pelas operações da estatal nos blocos do pré-sal, afirmou que um dos pontos da agenda de discussões do consórcio operador de Libra é a utilização de unidades de produção com maior capacidade.

“Até a utilização de sistemas de coleta com maior diâmetro está na agenda”, afirmou, em almoço-palestra durante a Rio Oil & Gas 2014.

Tadeu detalhou no evento as inovações tecnológicas que estão sendo desenvolvidas na exploração do pré-sal, destacando que a Petrobrás já conseguiu ótimos resultados em termos de economia de tempo, reduzindo, desde 2010, em 60% o tempo gasto para perfurar e em 65% o tempo para completar um poço na região. Ele ressaltou ainda que, em junho, pela primeira vez a companhia conseguiu perfurar e completar um poço em menos de 100 dias. Foram necessários exatos 92 dias para a tarefa.

Uma das iniciativas que teve sucesso, segundo Tadeu, foi a completação inteligente de um poço. Dessa maneira, há uma redução da necessidade de tempo alocado da sonda, permitindo a utilização de embarcações de menor porte e menor custo durante o processo. O fruto disso já está no planejamento da companhia, que prevê fazer mais de 200 completações inteligentes de poços até 2019.

No plano da Petrobrás, o pré-sal, que já representa mais de 20% de sua produção no Brasil, deverá responder por 52% do óleo extraído pela empresa em 2018. Para manter esse nível de crescimento, várias novas tecnologias estão sendo estudadas.

PERFURAÇÃO A LASER E NANOTECNOLOGIA

Dentre os destaques das inovações que estão em desenvolvimento, a perfuração a laser é uma possibilidade em vista no cenário futuro.

“Já conseguimos enxergar um projeto conceitual sendo desenvolvido. Quem sabe não conseguimos, a médio-longo prazo, usar isso para reduzir o tempo de perfuração?”, questionou.

Outras tecnologias em estudo ou já em aplicação nos projetos do pré-sal apontadas pelo executivo foram o uso mais intensivo de sísmica com acompanhamento em tempo real; a busca por uma nova geração de membranas de separação de CO2, que tenham mais durabilidade; o uso de separadores supersônicos com capacidade para separar também CO2; a ampliação do processamento submarino; e o uso mais extensivo da nanotecnologia, tanto para o monitoramento sísmico quanto para a linha de materiais.