CREA-RJ RESSALTA IMPORTÂNCIA DA RETOMADA DE ANGRA 3 E DIZ QUE OBRA RENOVARÁ OS ÂNIMOS DA ENGENHARIA DO BRASIL

A retomada das obras da usina de Angra 3, prevista para este ano, irá renovar os ânimos da Engenharia brasileira, além de garantir segurança energética e criação de empregos. A opinião é do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (CREA-RJ), que publicou uma carta na qual destaca os efeitos positivos do reinício da construção do empreendimento. A instituição lembra que o investimento na planta pode chegar a R$ 15 bilhões e que 18 grupos privados já demonstraram interesse em participar da licitação para finalizar a usina. O conselho, presidido por Luiz Antônio Cosenza (foto), reforça ainda que a expansão da fonte nuclear no país será importante durante o período de transição energética para uma economia de baixo carbono. “Dias melhores estão por vir. A Engenharia Brasileira agradece!”, escreveu a entidade.

O CREA-RJ lembra no texto que o Brasil vive sua maior crise hidrológica dos últimos 91 anos. A instituição cita que o Operador Nacional do Sistema (ONS) registrou, entre setembro de 2020 a abril de 2021, o menor volume histórico de água nos reservatórios das hidrelétricas das Regiões Sudeste e Centro-Oeste. Esses reservatórios são os maiores do país, representando 70% da capacidade de armazenamento do Brasil.  Por conta dessa situação, o país está ligando seu parque termelétrico. O CREA-RJ diz, no entanto, que o acionamento dessas usinas térmicas fará com o brasileiro pague a conta em breve. “Além disso, está sendo importada energia da Argentina e do Uruguai, sem limitação de quantidade e preços”, destacou.

O conselho seguiu sua carta lembrando que uma usina nuclear, por sua vez, “continua produzindo energia continuamente, por pelo menos 60 anos, sem depender de condições climáticas”. O CREA-RJ ainda afirmou que “no comparativo de preços, a energia nuclear é uma das mais baratas do Brasil, indo de 40 a 100 dólares o megawatt/hora”.

Falando especificamente de Angra 3, o CREA-RJ ressalta que a obra vai gerar cerca de sete mil empregos diretos, no pico dos trabalhos, além de outros milhares de postos indiretos. A maioria dos profissionais, como já destacamos aqui no Petronotícias, será contratada na própria Região da Costa Verde, movimentando a economia local, que vem sofrendo com a crise da construção naval, registrando altos índices de desemprego.

A carta do CREA-RJ destaca ainda que para registrar um profissional estrangeiro no Crea-RJ é um processo que demora cerca de dois anos. “Isso porque cada país tem uma formação acadêmica diferente para os mesmos cursos. Então, para se dar atribuição para o profissional aqui no Brasil, ele precisa complementar a carga horária do curso e fazer a tradução juramentada do seu diploma e do seu histórico escolar numa universidade pública”. Por isso, a entidade diz que para a retomada definitiva das obras, “uma solução seria o estabelecimento de um consórcio da empresa estrangeira vencedora da licitação com uma empresa brasileira”.

A entrega de propostas para a contratação das obras civis e da montagem eletromecânica do Plano de Aceleração do Caminho Crítico de Angra 3 foi adiada recentemente para o dia 29 de junho. A Eletronuclear também anunciou que irá lançar em breve três novos editais de contratos de serviços, que serão voltados à fiscalização e gestão da obra.

Leia abaixo a íntegra da carta do CREA-RJ sobre a retomada das obras de Angra 3:

CARTA_RETOMADA DAS OBRAS DE ANGRA 3