CRISE DEVE SE AGRAVAR E INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS SUBSEA CAIRÁ AO MENOS 15% NESTE ANO, AVALIA CONSULTORIA
Não há nada tão ruim que não possa piorar. Imersa em uma crise que vem afetando operações e cadeias de empresas no mundo inteiro, a indústria de petróleo adentra 2016 com uma perspectiva de perdas ainda maiores. É o que aponta uma nova análise da consultora internacional Douglas-Westwood, que prevê para este ano o agravamento dos impactos que vêm sendo sentidos pelo mercado ao longo dos últimos meses. Os cálculos apontam para um novo round de desafios: a instalação de árvores subsea no setor internacional deve cair ao menos 15% nos próximos 12 meses.
Sem tréguas com o preço barril de petróleo em queda, a tendência é de que os efeitos da crise demorem a passar. Na visão da consultora, os impactos sofridos ao longo de 2015 foram amenizados pela existência de projetos alternativos das empresas, o que não deve acontecer este ano. Sem a contratação de novos projetos, os empreendimentos reservas vêm se esgotando e podem intensificar o cenário ruim da indústria a curto prazo.
Entre as empresas que recorreram a investimentos alternativos está a Petrobrás. De acordo com a análise, apesar das dificuldades crescentes, a estatal brasileira conseguiu manter seu planejamento produtivo em águas ultraprofundas, o que movimentou uma demanda elevada de instalações na América Latina e na costa oeste da África. No entanto, conforme a empresa paralisa atividades e não sinaliza para novos grandes projetos, o setor deve sofrer um agravamento dos impactos em 2016.
A previsão para os próximos meses é de sobreoferta no mercado internacional de óleo e gás. Muitas plataformas foram encomendadas antes da consolidação da crise e agoram chegam à indústria em um momento de baixo interesse por novas perfurações. Em comparação a 2014, o ano de 2015 viu uma queda de 45% nas descobertas de reservas. As empresas se atém a projetos já existentes e reduzem novas demandas, ao passo que o mercado conta com uma longa fila de equipamentos prontos e não contratados.
Apesar das previsões pessimistas, a Douglas-Westwood avalia que o atual preço do barril de petróleo é insustentável a longo prazo, o que deverá acarretar em mudanças. A tendência é que é a crise se estenda por 2016, mas possa começar a ser revertida ao final do ano ou início de 2017, com o princípio de uma retomada no preço do insumo.
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