CUMMINS MIRA NOVOS NEGÓCIOS COM PETROLEIRAS E EMPRESAS DE NAVEGAÇÃO
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
O fim da obrigatoriedade da Petrobrás ser operadora única do pré-sal está sendo vista como uma janela de oportunidades para a fabricante de motores Cummins, que tem origem nos Estados Unidos e que atua no Brasil desde o início da década de 1970. O gerente de Negócios da Cummins Vendas e Serviços, Antonio Colares, afirmou que apesar da crise que afeta o país, a companhia olha para o futuro do mercado brasileiro com bons olhos, agora que haverá um maior leque de petroleiras desenvolvendo projetos. “O ano de 2017 vai ser ainda muito difícil, mas a gente acredita numa retomada a partir de 2018, com crescimento ainda modesto. A situação deve ir melhorando ao longo dos anos“, afirmou o executivo. No momento, por conta da menor atividade das empresas prestadoras de serviço, Colares disse que a empresa está com os olhos voltados às oportunidades com petroleiras e empresas de navegação. Tanto que, recentemente, ainda de acordo com Colares, a companhia lançou um novo motor que atende estes dois segmentos. “Temos uma atuação bem revelante para a fase de barcos de apoio offshore, onde a Cummins tem participação significativa. Mas também fornecemos para plataformas“, explicou.
Quais as perspectivas para o setor de óleo e gás?
No curto prazo, a indústria está parada no que diz respeito a investimentos. Vemos agora oportunidades em manutenção, serviço e substituição de equipamentos. No médio e longo prazo, as perspectivas são boas. Primeiro por conta do pré-sal, que é ainda um dos polos mais atrativos do mundo. Ele tem um preço de produção competitivo. O custo de produção no pré sal é bastante competitivo porque a produção unitária por poço é muito alta. E isso atrai interesse das petroleiras.
A recuperação do preço do óleo é outro motivo que, digamos, estimula o investimento. Hoje estamos na faixa dos US$ 50. Ainda está muito abaixo do pico, mas é uma recuperação. Outro ponto são as novas regulamentações do governo brasileiro. A não obrigatoriedade da Petrobrás em ser operadora do pré-sal vai estimular as empresas estrangeiras. Tem ainda a questão do conteúdo local.
Como essas mudanças na legislação afetam os negócios da empresa?
A companhia se preparou para fornecer equipamentos com conteúdo local, mas esses equipamentos podem ser usados em outros setores, fora de óleo e gás. Além disso, a Cummins é global, então temos a possibilidade de também oferecer um produto 100% importando. Já em relação ao fim da obrigatoriedade da Petrobrás de ser operadora única, será benéfico, porque não teremos mais um cliente exclusivo. Isso abrirá um leque de possibilidades. O mercado de petróleo no Brasil estava muito orientado para a Petrobrás.
Quais são os principais projetos e contratos da empresa nesse setor?
Temos uma atuação bem revelante para a fase de barcos de apoio offshore, onde a Cummins tem participação significativa. Mas também fornecemos para plataformas. São geradores de emergência, geradores auxiliares, motores para guindastes… é um leque muito aberto e muito grande. Não temos um contrato especial nesse momento, mas temos como clientes tanto as empresas de petróleo, como as empresas que prestam serviços para a Petrobrás, além das empresas de navegação.
Dentro desses ramos de atuação que o senhor citou, quais são os mais promissores e com maior volume de negócios atualmente?
Eu diria que, nesse momento, as petroleiras e as empresas de navegação. As empresas de prestação de serviço estão em baixa. A atividade está muito limitada.
Há negociação para novos contratos?
Existem consultas sim, mas nada de concreto ainda. Na realidade, a indústria está se recuperando de uma ociosidade muito grande. Aqui no Rio de Janeiro, por exemplo, Macaé tem muitos equipamentos parados. Então não temos nada de novo em termos de construção. A atuação na área de substituição acontece de forma continua, porque as empresas que estavam em fase de produção, não pararam com acrise. Esse trabalho continua. Mas a crise afetou as parte de exploração, os trabalhos para preparar novos campos. A fase exploratória diminuiu muito, o que é ruim no médio e longo para o Brasil. O que se espera é que a partir de 2018 aconteçam os investimentos em exploração.
E quais são as perspectivas da Cummins com o Brasil?
O ano de 2017 vai ser ainda muito difícil, mas a gente acredita numa retomada a partir de 2018, mas com crescimento ainda modesto. A situação deve ir melhorando ao longo dos anos.
A empresa está desenvolvendo ou lançou recentemente novos produtos para o setor de óleo e gás? E em relação a investimentos em novas unidades?
No ano passado, lançamos um produto novo, um motor que pode ser usado tanto para navegação quanto para operações em óleo e gás. Em relação às unidades, hoje, ainda não temos no curto e no médio prazo uma demanda que justifique o investimento em novas fábricas.
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