DECISÃO DA ÍNDIA AUMENTAR A MISTURA DO ETANOL A GASOLINA EM 20% PODE BENEFICIAR PRODUTORES BRASILEIROS

dssdddO setor sucroenergético brasileiro pode ganhar um impulso extra com a liberação da comercialização do etanol puro (E100) na Índia, anunciada pelo Ministro de Petróleo, Gás Natural e Aço do país, Dharmendra Pradhan. O etanol combustível não é algo novo na Índia, já que o mesmo Ministério, ainda em 2003, propôs a mistura de 5% do etanol na gasolina, aumentando depois 10%. Agora, o anúncio é que a mistura passará a 20% até 2030. Embora exista esta meta até 2030, o programa indiano vinha caminhando em ritmo lento e agora com esta nova atitude tomada pelo governo indiano, acelera o mercado com mudanças significativas com reflexo direto no Brasil, grande produtor de Etanol mundial. O caminho está aberto até para se comercializar veículos flex na Índia.

A  Índia deve desenvolver um programa de produção e uso do etanol de cana e de outros produtos como grãos deteriorados e celulose, o que vai abrir para o Brasil um grande mercado de transferência de tecnologia, inclusive tecnologia automotiva. O Brasil poderá ter  uma colaboração muito grande neste processo, podendo fazer  transferências de tecnologias, inclusive automotiva, já que temos os flex desde 2003. A intenção do governo indiano é ter o etanol como uma alternativa com vistas a questão da sustentabilidade, mercado de carbono e redução da dependência do mercado de petróleo.

A  Índia é um país extremamente dependente de petróleo e gás natural, importando ao redor de 75% de sua necessidade, embora também esteja investindo em energia nuclear em grande escala para atender as metas de energia limpa até 2050. Juntamente com a China e o Irã, a Índia está entre os cinco países cujo consumo nominal de petróleo mais se acelerou nos últimos anos. Em volume absoluto, o país é o 3º do mundo em consumo de energia primária (petróleo, gás natural, carvão, energias nuclear, hidrelétrica e renováveis) atrás apenas da China e dos Estados Unidos. O consumo de energia per capita na Índia cresce a uma taxa anual de 4,0%, enquanto a média mundial é de 0,4%. O país praticamente importa 10% de todo o petróleo negociado no mercado internacional. Os efeitos da nova política indiana de venda de etanol não vão ser observados imediatamente. Se esse programa avançar, haverá uma redução dos excedentes de açúcar no mercado internacional oriundos do excesso de produção da Índia, o que pode favorecer positivamente os preços do açúcar no mercado internacional, o que também beneficiaria o Brasil.  Se Índia decidir aumentar sua infraestrutura em produção de etanol, o Brasil pode participar  como um fornecedor de tecnologia.

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