DEMANDA POR BENS E SERVIÇOS SERÁ BEM SENTIDA AINDA NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2020

Cláudio-Makarovsky2Na edição desta terça-feira (10) do projeto Perspectivas 2020, convidamos o atual presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (ABESPetro), Claudio Makarovsky, para dar suas impressões sobre o ano que está chegando ao fim e também sobre 2020. Apesar dos desafios ainda vigentes, Makarovsky enxerga que 2019 foi melhor que anos anteriores, já que houve a contração de novos FPSOs, ainda que sem a exigência de conteúdo local. “Eles demandarão serviços locais (Sondas, Barcos e bases de apoio, suprimentos e mão de obra) quando em operação”, projetou. Mas, na visão do executivo, não será preciso esperar que essas unidades entrem em atividade para o mercado começar a perceber melhores ventos. “A demanda por bens e serviços será bem sentida ainda no primeiro semestre [de 2020] e os demais elos no segundo semestre”, prevê. O entrevistado ainda sugere que o Brasil adote uma política de Estado para fomentar exportações.

– Como viu o setor no ano de 2019?

Foi o melhor de todos os anteriores, creio que desde 2010, quando nós atingimos o pico de demanda e depois a curva descendente. E 2020 será ainda melhor.

Vimos a contratação dos FPSOs de Buzios V e Mero 2 – ambos com conteúdo local e módulos e skids já em construção no Brasil -, além de Marlim I & II – mesmo que sem exigência de conteúdo local. Eles demandarão serviços locais (Sondas, Barcos e bases de apoio, suprimentos e mão de obra) quando em operação.

Os Leilões aconteceram, mesmo com análises pessimistas de alguns, dentro da previsibilidade, o que garante credibilidade internacional. Além disso, serviços, como a campanha de perfuração e construção de poços de Carcará, fazem com que os outros elos da cadeia comecem a demandar serviços e ofertas.

– Qual a expectativa para 2020?

A demanda por bens e serviços será bem sentida ainda no primeiro semestre e os demais elos no segundo semestre. As iniciativas em campos maduros na Bacia de Campos – incentivada pela redução dos royalties -, os descomissionamentos das 34 plataformas em final da vida útil, o Reate 2020 no Onshore, a nova Lei do Gás, o novo plano da Petrobrás – um pouco mais conservador, dando mais credibilidade – e os desinvestimentos (Campos Maduros, Refinarias, Plantas de Fertilizantes) devem movimentar em muito o nosso setor em 2020 e à frente.

– O que gostaria de sugerir para que o seu segmento de negócios fosse mais ativo?

Desistir da ideia de voltar com regulação de conteúdo local por lei. Cada contrato é um contrato, então deve ser deixada por regulação da agência.

A ANP também assume o protagonismo de regular o Pedefor. Devemos ter uma política de Estado para fomentar exportações, gerar volume, pois estamos perdendo o bonde formalmente do que está acontecendo na América Latina. A Guiana está contratando seu quarto FPSO com o SURF fabricado no Brasil – por iniciativas próprias. Uma coordenação faria muito bem e alavancaria os demais elos de fornecedores.

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