DESATIVAÇÃO DO FPSO BRASIL CAUSA PREJUÍZO DE US$ 145 MILHÕES
Desde que o FPSO do campo de Roncador, na Bacia de Santos, foi desconectado, em março, a Petrobrás registrou perdas de receitas estimadas em US$ 145 milhões. Alegando riscos operacionais a companhia paralisou a operação da plataforma sem adotar as medidas compensatórias exigidas pela ANP, como a substituição imediata da unidade. Nos dois meses seguintes à parada, a produção diária naquele campo teve queda de 23 mil barris em relação à média do mesmo período de 2013.
A resolução da ANP se baseou em relatório técnico feito em novembro, que previa a realização de vistoria no FPSO Brasil e a execução dos reparos necessários ou a troca por uma unidade de produção equivalente. Após a inspeção, no entanto, a Petrobrás concluiu que a obra era inviável técnica e economicamente e que seria preciso dar início imediato ao projeto original de remanejamento dos poços.
No fim de março, a plataforma foi completamente desmobilizada e devolvida à SBM Offshore. A Petrobrás entrou com recurso contra a resolução original, alegando riscos à segurança. Em junho, ANP acatou o recurso, determinando que a estatal apresente uma alternativa para a retomada da produção somente em dezembro. O documento estabelece que deve ser assegurado um incremento adicional de produção de um volume equivalente ao produzido por uma plataforma da capacidade do FPSO Brasil em 10 anos.
A produção média da Petrobrás em Roncador caiu 5% nos meses de abril e maio, em comparação com o mesmo período de 2013. A baixa representa um volume de 23 mil barris por dia na produção. Considerando o valor médio de US$ 105 para o barril de petróleo no período, as perdas de receitas da empresa chegariam a cerca de US$ 145 milhões nos dois meses. O balanço da produção de junho ainda não foi contabilizado.
Outra plataforma do campo de Roncador, a P-52, atingiu em maio recorde operacional, compensando parte das perdas. A unidade, que adicionou quatro mil barris à produção do campo naquele mês, é uma das que receberão os poços produtores originalmente ligados ao FPSO Brasil, juntamente com a P-54. Juntas, as plataformas já operam em 27 poços perfurados no campo e vão receber pelo menos outros quatro.
Deixe seu comentário