DINAMARCA OUVE AMBIENTALISTAS E PROÍBE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NA GROENLÂNDIA
Orlando – Por Fabiana Rocha – As petroleiras que estavam de olho na Groenlândia para fazer exploração de petróleo podem tirar o cavalo da chuva. No caso, da neve. O novo governo da Groenlândia anunciou a proibição da prospecção de petróleo em seu vasto território no Ártico. É uma segunda proibição importante porque, há poucos dias, também foi decidido bloquear a exploração de urânio na região. O Executivo local do território autônomo dinamarquês “decidiu suspender a estratégia atual do petróleo e pôr fim à futura exploração de petróleo na Groenlândia.” A Ministra das Matérias Primas dinamarquesa, Naaja Nathanielsen, disse que foi “um passo lógico, porque o governo leva a crise climática a sério. A decisão também é do interesse da nossa natureza, da nossa pesca e de focar nossa economia nos reais potenciais”.
Depois de uma campanha focada em um polêmico projeto de mineração de urânio e terras raras no sul da Groenlândia, o partido ambientalista de esquerda venceu as eleições locais no início de abril, culminando com a chegada ao poder do primeiro-ministro Mute Egede. Enquanto grandes projetos de petróleo estão em operação ou em desenvolvimento em outras partes do Ártico, conduzidos pela Rússia, Alasca e até a Noruega, a exploração de petróleo na Groenlândia já estava paralisada nos últimos anos, tornando a decisão anunciada amplamente simbólica.
A principal campanha de exploração offshore conduzida pela companhia escocesa Cairn Energy em 2010-2011 não deu resultados e as estratégias para o setor de petróleo apresentadas pelos governos anteriores desde 2014 fracassaram em atrair empresas. De acordo com Naalak Kersuisut, o governo local disse que “uma nova análise econômica da lucratividade da exploração de petróleo na Groenlândia mostra claramente que a rentabilidade é baixa, com retornos na verdade duas vezes menores do que o esperado pelas empresas de petróleo”.
De acordo com sua promessa eleitoral, o governo está realizando consultas para aprovar um projeto de lei que proíba a prospecção e exploração de urânio na Groenlândia. O território do Ártico ainda depende fortemente dos subsídios dinamarqueses para complementar seu orçamento. Novos recursos procedentes de matérias-primas facilitariam a independência, povoada por apenas 56.000 habitantes em mais de 2 milhões de km2. O novo governo não fechou as portas para outros projetos de mineração.
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