IPT ESPERA AMPLIAR PESQUISAS EM ÓLEO E GÁS MESMO COM CRISE NA INDÚSTRIA
Por Matheus Meyohas (matheus@petronoticias.com.br) –
O ano de 2015 começou nebuloso para boa parte da indústria brasileira, principalmente no setor de óleo e gás, com a crise da Petrobrás e as investigações da Operação Lava-Jato, mas, ainda assim, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) acredita que vai conseguir ampliar o volume de projetos em desenvolvimento este ano. Segundo o diretor de Operações e Negócios do IPT, Carlos Daher Padovezi, também ligado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação de São Paulo, muitas empresas afetadas pela crise apostam na busca por soluções tecnológicas diferenciadas que lhes tragam alguma vantagem competitiva, o que pode ajudar o Instituto a garantir novos recursos.
No entanto, até o momento, o diretor acredita que as pesquisas permanecem inalteradas pela queda do mercado. Ainda assim, reconhece que o maior desafio para o setor de pesquisas na área de óleo e gás é garantir o andamento de projetos com investimentos altos. “A falta de continuidade de financiamento de bons projetos pode comprometer irremediavelmente a sobrevivência de importantes grupos de pesquisa no país”, afirmou.
Quais foram os principais projetos do IPT no mercado de óleo e gás em 2014?
Foram seis projetos de grande porte iniciados em 2014. O IPT realizou projetos relacionados com proteção contra corrosão de estruturas oceânicas, assim como de componentes de equipamentos utilizados na produção de óleo e gás. O Instituto também efetuou medições de alta precisão de vazões de petróleo e gás em plataformas e em outras instalações. Ainda realizamos estudos relacionados com hidrodinâmica de tubos e risers de plataformas marítimas.
Como o mercado se configura para o setor neste ano?
O ano de 2015 configura-se como muito difícil para vários setores da economia, tanto industriais, como de serviços. Contudo, de uma forma até um pouco surpreendente, em 2015 o IPT prevê continuar crescendo em número de projetos de pesquisas. As empresas têm utilizado momentos de crise para buscar soluções tecnológicas diferenciadas que lhes tragam alguma vantagem competitiva. Neste contexto, as pesquisas continuam em ritmo importante, sem ainda se contagiarem com uma possível desaceleração do mercado.
O que o senhor pensa acerca das alterações nas regras para investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação por parte das petroleiras?
Os recursos existentes para pesquisa na área de petróleo e gás são relativamente altos e o seu aproveitamento com maior eficiência é um desafio tanto para as instituições de pesquisas, quanto para as empresas concessionárias, assim como para a ANP. As novas regras para investimentos em P, D&I tendem, no geral, a melhorar a interação entre estes três atores, ainda com alguma necessidade de melhoria ou de ajustes.
Como isso pode atingir o mercado e o desenvolvimento de estudos?
O mais importante para garantir que o país cresça em pesquisa tecnológica de alto nível na área de petróleo e gás é que os recursos destinados à pesquisa estejam sempre disponíveis para financiar bons projetos, sem problemas de descontinuidades. A falta de continuidade de financiamento de bons projetos pode comprometer irremediavelmente a sobrevivência de importantes grupos de pesquisa no país.
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