DIRETORA GERAL DA ASSOCIAÇÃO NUCLEAR MUNDIAL DIZ NA COP26 CITA O BRASIL COMO EXEMPLO E DIZ QUE O MUNDO PRECISA DE MAIS AÇÃO
A Diretora Geral da Associação Nuclear Mundial, Sama Bilbao y León, pediu mais ação e não retórica, a partir da conferência sobre mudança climática COP26, que está sendo realizada em Glasgow, na Escócia. Em um discurso em vídeo, ela disse que o importante papel que a energia nuclear desempenha no combate às mudanças climáticas ainda precisa de mais reconhecimento. Ela quer mais ação, mais comprometimento na busca pela energia nuclear e citou o Brasil entre os países que estão decididos a investir em energia limpa. Veja o seu discurso na íntegra:
“Nos últimos nove dias, o mundo se uniu para tomar medidas firmes em uma das questões mais importantes do nosso tempo: as mudanças climáticas.
Com a energia nuclear sendo cada vez mais reconhecida como um player essencial para alcançar a rede zero global até 2050, a Associação Nuclear Mundial e a comunidade nuclear mais ampla estão aqui, explicando por que a energia nuclear deve estar no centro de qualquer plano de ação para a mudança climática. É porque é uma fonte de energia comprovada, com baixo teor de carbono e 24 horas por dia, implantável em grande escala.
Desde que foi formada pela primeira vez, há mais de 20 anos, a Associação Nuclear Mundial tem representado a indústria nuclear global em muitas dessas conferências sobre mudança climática. Na semana passada, participei de muitos eventos diferentes, e minha equipe e eu aqui, em Glasgow, conversamos com delegados de todo o mundo. Conversas que, em muitos casos, continuarão muito depois de todos nós deixarmos a Escócia.
Nas próprias negociações, houve bons progressos na semana passada, mas agora chegaram a uma fase crucial. Muitos países se comprometeram a atingir as emissões líquidas zero, comprometeram-se a acabar com o uso do carvão e a reduzir as emissões de metano, incluindo aquelas que vêm de gás fóssil.
Agora os ministros devem resolver suas diferenças difíceis restantes se a COP26 deve chegar a uma conclusão bem-sucedida. Mas esta conferência pode ser apenas um primeiro passo no caminho para a rede zero. Ficou muito claro que a meta de 1,5 grau só pode ser alcançada com ações ousadas e liderança inspiradora. Nós precisaremos de mais ação, não de mais retórica.
Esperamos que nossos líderes políticos enfrentem o desafio e desenvolvam planos urgentes, pragmáticos e viáveis para garantir que essas promessas se tornem realidade. E, para isso, precisaremos da rápida implantação de todas as tecnologias comprovadas e disponíveis de baixo carbono, incluindo a nuclear.
Nesta COP, mais países vêm reconhecendo a energia nuclear por seu papel no combate às mudanças climáticas. Rússia, República Tcheca, Eslovênia, Brasil, Gana, Romênia e Estados Unidos são alguns dos países que expressaram forte apoio. E ainda ontem o Reino Unido anunciou sua intenção de investir em uma nova energia nuclear como uma oportunidade única para o Reino Unido implantar mais energia de baixo carbono do que nunca e garantir maior independência energética.
Nesta COP, fiquei muito impressionada e inspirada pela energia e criatividade de muitos jovens profissionais nucleares que estão aqui. Eles têm representado a comunidade nuclear com paixão, envolvendo-se com novos públicos de todo o mundo. Agora, deixe-me ser clara: -a energia nuclear ainda não recebe o crédito que merece pelo que fez, e o que poderia fazer, para ajudar a combater a mudança climática. Mas estamos nos movendo na direção certa. E precisamos ter certeza de manter o ritmo.
Nós, da Associação Nuclear Mundial, continuaremos a representar a indústria nuclear global aqui na COP e no debate sobre energia para colocar a energia nuclear no centro da resposta mundial às mudanças climáticas nos próximos meses e anos”.
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