DIRETORES INTERINOS DA PETROBRÁS SERÃO TESTADOS PELO MERCADO

Solange Guedes, diretora interina de Exploração e Produção da Petrobrás

A ex-presidente da Petrobrás Graça Foster influenciou muito a escolha da nova diretoria interina da companhia. Foi muito mais fácil para o Conselho de Administração aceitar as indicações dos novos executivos pinçados da área operacional do que o nome do novo presidente da empresa (Aldemir Bendine) e de seu novo diretor financeiro (Ivan Monteiro). Dois dos quatro novos nomes são mais conhecidos e já contam com  o respeito do mercado por suas atuações altamente profissionais e competentes: Solange Guedes e Roberto Moro. Hugo Repsold e Jorge Celestino reúnem qualidade no que fazem, mas seus talentos são mais discretos e ainda precisarão trilhar o mesmo caminho de seus pares mais conhecidos. Eles terão que fazer um pouco mais para reunir o apoio do mercado com que passarão a interagir. Será um teste. Guedes e Moro terão mais condições de permanecer nos cargos. Celestino e Repsold terão este percurso pela frente, mas também reúnem boas condições para   vencer a interinidade.

A estrela de Solange Guedes passou a brilhar mais quando assumiu a gerência executiva E&P Corporativa. Anteriormente, respondia pela gerência Executiva E&P Engenharia de Produção. Solange Guedes é graduada e mestre em Engenharia Civil, com especialização e doutorado em Engenharia de Petróleo. Está na Petrobrás desde 1985, tendo passado por várias áreas do segmento de E&P da companhia. Antes de assumir a diretoria de E&P, era responsável pelo aprimoramento técnico, desenvolvimento tecnológico e aplicação de boas práticas nos processos de desenvolvimento e manutenção da produção de petróleo e gás. Contava com todo apoio de Jose Formigli, que ainda permanecerá na empresa, mas ainda sem uma função anunciada. A Petrobrás não pode dispor de seu talento e conhecimento.

Roberto Moro, diretor interino de Engenharia

Roberto Moro reúne condições difíceis de se obter no relacionamento com executivos de empresas fornecedoras da Petrobrás. Por seu talento, merece o respeito de todos. É duro, mas leal. É incisivo nas cobranças, mas não é arrogante. É justo e certamente vai mudar completamente a relação da estatal com as empresas fornecedoras. Foi uma escolha feliz e oportuna. Moro estava respondendo pela gerência executiva de engenharia para empreendimentos submarinos. É formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Gama Filho, com especialização em Gerenciamento de Projetos e acredita que as empresas brasileiras, em muitos casos, têm eficiência superior às empresas estrangeiras na execução de obras para a estatal. Trabalha há 33 anos na Petrobrás, onde já ocupou diversas posições gerenciais na área de Engenharia e pode mudar a relação Petrobrás-Empresas nesta nova fase que a estatal passará a viver. Foi uma bela escolha técnica.

Jorge Celestino Ramos, diretor interino de Abastecimento

Em substituição a José Carlos Cosenza, que se aposentou, Jorge Celestino Ramos estará no comando da diretoria de Abastecimento. Ele respondia pela gerência executiva de Logística do abastecimento. Celestino é formado em engenharia química pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e em engenharia de processamento de petróleo pelo CENPRO, com especialização em tecnologia de produção de álcool pela COPPE/UFRJ e MBA em Administração e Marketing. Trabalha há 32 anos na Petrobrás, onde já ocupou diversas posições gerenciais na área de Abastecimento e na Petrobrás Distribuidora. Precisará mostrar uma ação forte para vencer a pequena desconfiança e poder permanecer no cargo.

Hugo Repsold Júnior, diretor interino de Gás e Energia

Para a diretoria de Gás e Energia, Hugo Repsold Júnior, que ocupava a Gerência Executiva de Gás e Energia Corporativa. Repsold é formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal Fluminense (UFF), em economia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e é mestre em Planejamento Energético pelo Programa de Planejamento Energético da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe / PPE / UFRJ). Trabalha há 30 anos na companhia, onde já ocupou diversas posições gerenciais nas áreas de Exploração e Produção, Estratégia e Desempenho Empresarial e Gás e Energia. Assim como Celestino, terá que mostrar um pouco mais para sair da interinidade.