DWT APOSTA NO SETOR DE ÓLEO E GÁS E TEM CRESCIMENTO ANUAL DE 100% NO BRASIL

A empresa alemã DWT-Babcock chegou ao país há três anos, depois de perceber o potencial gerador de negócios que era o pré-sal, e já conta com um crescimento de 100% ao ano. Atuando na cadeia de fornecedores do segmento, além de servir às áreas naval e de caldeiras, a companhia possui distribuição em quatro estados brasileiros, contando com uma base em São Paulo. Suas ramificações já se expandem por 34 países ao redor do planeta, enquanto no Brasil ela possui clientes como Odebrecht, Siemens e Ecovix, entre outros. O repórter Rafael Godinho conversou com o diretor de vendas da DWT no Brasil e na América Latina, Paulo Bravo, para saber um pouco mais sobre a atuação da empresa no país.

Poderia falar um pouco da empresa e a atuação dela no Brasil?

A DWT-Babcock é uma empresa familiar alemã, que está no mercado desde 1984. Está em 34 países ao redor do mundo, incluindo o Brasil, onde está há três anos. Trabalhamos na indústria de óleo e gás, na indústria naval e na indústria de construção de caldeiras, em que somos muito fortes. Hoje contamos com distribuição em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. Buscamos atender ao usuário final, principalmente.

Onde é a sede da DWT?

Nossa sede mundial fica na Alemanha, na cidade de Essen, próximo a Dusseldorf. Aqui no Brasil, estamos baseados na cidade de São Paulo. Dali, a DWT atinge toda a América Latina.

Quais são seus principais clientes?

Temos a Siemens, em Sertãozinho (SP), fabricante de caldeiras; a Imetame, no Espírito Santo, fabricante e montadora de caldeiras, entre outras. Em relação a estaleiros, temos um cliente no Rio Grande do Sul, o Ecovix. A Odebrecht também compra e aluga máquinas nossas. Por meio dos nossos distribuidores, eles vendem e alugam máquinas DWT. Com o crescente mercado no Brasil, devido principalmente ao pré-sal, que aumentou a demanda do mercado de óleo e gás e da construção naval, a empresa decidiu investir no Brasil. Também estamos na Índia, Malásia, China, Japão, Alemanha, Romênia, Irã, Iraque, África do Sul… Enfim, a empresa é global.

No Brasil, a DWT trabalha com parcerias?

Não, nós trabalhamos com a rede de distribuição. Temos quatro empresas que trabalham conosco, que distribuem nossos produtos através de venda ou aluguel, e também fazem toda parte de manutenção para nós, bem como toda a parte de venda de consumíveis e produtos de manutenção das máquinas.

Quais os principais produtos da DWT?

Nosso principal produto são as máquinas para biselar tubos, ou seja, que fazem biselamento, que é a preparação dos objetos para receber a solda. O nome mais popular dessa máquina é biseladora. A amplitude dela é desde meia polegada até 48 polegadas, máquinas standard. Então, ela tem um campo muito bom de aplicação.

A fabricação é feita no Brasil?

Os produtos DWT são fabricados na Alemanha, sendo que os distribuidores que os vendem recebem treinamento na fábrica de lá, em Essen.

Existem planos da DWT fabricar no Brasil?

No momento, a DWT-Babcock está avaliando a possibilidade de fazer um estoque local para consumíveis e peças de reposição das máquinas e produtos, mas a fabricação delas aqui no Brasil ainda não é cogitada.

Quais são os maiores consumidores e quais as maiores demandas de mercado?

No Brasil, a maior demanda hoje é por infraestrutura. Então, são empresas que trabalham com infraestrutura e construção. Por exemplo, a refinaria do Porto de Suape, em Recife, assim como as construtoras de caldeiras, no interior de São Paulo, em Sertãozinho, que demandam nossa produção. Na realidade, onde há solda em tubo, há demanda para esse tipo de produto.

Atuam também em parceria com o governo?

Não, só indústria privada mesmo. Apenas começamos recentemente a fazer um trabalho de capacitação junto ao Senai, que comprou quatro máquinas para treinar o pessoal, para o estudante fazer a preparação do corpo de prova e a soldagem.

O setor encontra alguma dificuldade no quesito mão-de-obra?

Pelo que nós notamos no Brasil, sim. Principalmente na função soldador, de escolaridade média. Por isso, algumas grandes empresas estão fazendo parcerias com o Senai, por exemplo, e montando, dentro de suas instalações, escolas dedicadas para essa especialidade.

E no caso de profissionais de ensino superior?

O Brasil tem essa deficiência. Infelizmente, o governo não pensou na gente há dez, quinze anos atrás, e agora quer correr atrás do prejuízo. Por isso, encontramos no mercado brasileiro muito engenheiro estrangeiro. Nessa parte da indústria, o Brasil está crescendo apenas agora, enquanto que lá na Europa, por exemplo, já há tradição. Assim como a Alemanha, Portugal, por exemplo, está mandando muita gente pra cá, porque eles investem muito pesado na África, e, entre os africanos, muitos se interessam em vir para o Brasil. Mas a mão-de-obra brasileira é uma das melhores, e os engenheiros daqui são dos melhores do mundo. O problema é que não há a quantidade necessária. Estão ainda sendo formados. Falta investimento e sempre faltou. Isso é fácil de ver. Felizmente, já está sendo corrigido; porém é um processo que demora alguns anos, não é tão simples.

Quais são as metas da empresa para os próximos anos?

Desde que começamos a trabalhar aqui no Brasil, temos crescido a mais de 100% ao ano. Para quem começou do zero, há três anos, é boa perspectiva. As máquinas disponíveis hoje, aqui no Brasil, são muito limitadas, e o nosso produto tem uma grande flexibilidade de trabalho. São máquinas extremamente versáteis e resistentes. Elas são leves, portáteis e muito rápidas. Então, quando o cliente começa a trabalhar com uma máquina DWT, normalmente não quer voltar àquela com que ele trabalhava antes. A indústria alemã trabalha desse jeito. Faz produtos com versatilidade e durabilidade. Essa é a principal marca da empresa.

 

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A HRT tem tudo para disparar. O “Valor Economico” acabou de anunciar que a mesma obteve a maior descoberta de gas no poço HRT-9, na Bacia Solimões, até hoje. Boas notícias aos investidores da petrolífera brasileira.