EBSE CRUZA ANO DIFÍCIL COM BOM DESEMPENHO E VÊ POSSIBILIDADES DE MAIS CRESCIMENTO EM 2021
Para abrir a semana de Natal do Projeto Perspectivas 2021, o Petronotícias fez um convite para que o Presidente da EBSE, Marcelo Bonilha (foto principal), trouxesse suas informações e opiniões sobre como uma das maiores caldeirarias pesadas do Brasil cruzou um ano adverso em quase todos os setores de nossa economia. A pandemia, esse fenômeno mundial da Era Moderna, deixará ainda muitas sequelas, mas há a expectativa de que as coisas possam ir para o lugar o mais rapidamente possível. Apesar de todos os contratempos, a EBSE teve um ano positivo, mesmo com todas as restrições impostas às equipes envolvidas na companhia. A ousadia da administração da empresa fez com que a EBSE olhasse uma oportunidade na cidade de Campos dos Goytacazes e assumisse as operações da empresa alemã Schulz, uma referência na produção de aços especiais. Como resultado dos problemas provocados pela Operação Lava Lato na economia brasileira, a companhia, como tantas outras, interrompeu suas atividades.
A boa negociação e a habilidade da direção da EBSE, fez com que ela assumisse a empresa alemã, salvando dezenas de empregos e retomando as operações da Schullz, que estão voltadas, neste momento, para atender prioritariamente as necessidades da indústria de papel e celulose. A EBSE também expandiu seus negócios no exterior. Para atender a um projeto da empresa italiana Salini Impregilo, ela exportou tubos de aços duplex para Argentina, onde os italianos faziam uma obra no setor de saneamento. Neste momento, a EBSE também atende ao projeto de Búzios 5 e Sepetiba e vê boas perspectivas para novos negócios no ano que vem, principalmente nos segmentos de gás e de saneamento, especificamente. Vamos então saber com Marcelo Bonilha como a EBSE fez para ter este sucesso, que acabou resultando no dobro do faturamento de 2019.
1- Como o senhor e a sua empresa enfrentaram os desafios de 2020 com a pandemia apanhando a economia em pleno voo de subida?
– O ano de 2020 ficará marcado na história mundial. Especificamente no Brasil. Após os últimos anos com o enfraquecimento de nossa economia, esperava-se que o ano de 2020 viesse a ser o ano da retomada. Entramos o ano na expectativa de crescimento do PIB em 2,20% e estamos terminando com uma projeção de -4,7%.
Nunca na história mundial o barril de petróleo foi negociado a um preço negativo como o ocorrido em abril desse ano. Mais uma vez os empresários se depararam com mais uma crise, dessa vez de forma repentina e inesperada.
Apesar disso, para a EBSE foi um bom ano. Entramos 2020 com uma ótima carteira, bastante diversificada, com obras para os mercados de saneamento, óleo e gás, defesa, energia e papel e celulose. Desde o início da pandemia implantamos um protocolo bastante restrito e tivemos muito sucesso em mitigar a propagação do vírus em nossos colaboradores.
Participamos de um importante projeto na Argentina com a exportação de tubos em aço duplex para o cliente italiano Salini Impregilo. Agora, estamos em fase final de fabricação de equipamentos muito sofisticados em aço cladeado para a plataforma de Búzios 5. Para atender os projetos de papel e celulose, arrendamos a fábrica da Schulz em Campos dos Goytacazes. Atualmente temos uma filial nessa cidade e reempregamos antigos colaboradores da Schulz na região. No final, estamos fechando o ano de 2020 com mais que o dobro do faturamento de 2019.
2- Quais são as perspectivas do senhor e de sua empresa para 2021?
– Estou otimista com as perspectivas para 2021, principalmente para o 2º semestre, quando acredito que boa parte de nossa população estará vacinada. Muitos projetos, especialmente para o mercado de óleo e gás, foram postergados e estão previstos para serem contratados em 2021. No mercado de saneamento considero que a aprovação do novo marco do saneamento em 2020 foi de suma importância para retomada dos investimentos nesse setor e já veremos o reflexo disso em 2021. Acredito que a aprovação da lei do gás também vai destravar esse mercado e contribuirá muito para novos investimentos. Acho muito importante a aprovação das reformas tributária e administrativa. A desculpa da pandemia não pode mais servir como justificativa para essas reformas não andarem.
3- Se o senhor fosse consultado, quais as sugestões que daria para o governo neste novo ano que está prestes a iniciar?
– Como já falei anteriormente, acho muito importante a aprovação das reformas tributária e administrativa. Elas contribuirão muito para a retomada do crescimento no país. Outro ponto que acho fundamental é o consenso entre as operadoras do mercado de óleo e gás e a indústria quanto à questão do conteúdo nacional. Essa pandemia nos fez ver o quanto somos dependentes da China para os produtos manufaturados. Não adianta o Governo fechar o olho e deixar que o mercado se regule da melhor forma. Não adianta as operadoras usarem o clichê de competitividade quando o aço que compramos no Brasil é mais caro que o aço beneficiado na China. O conteúdo nacional equilibrado é uma ferramenta para o desenvolvimento de nossa indústria e gera muitos empregos. Empregos esses que muitos brasileiros estão precisando.
Deixe seu comentário