EBSE RENOVA CONTRATO DE MANUTENÇÃO DE NAVIOS DA MARINHA E AMPLIARÁ CONTRATAÇÃO DE MÃO DE OBRA ESPECIALIZADA

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

O ano de 2022 começou com um importante horizonte de atividades para a EBSE no segmento de defesa. A companhia acabou de renovar um contrato de manutenção em navios da Marinha do Brasil para o período de mais um ano. Diante desse feito, a empresa se prepara para aumentar os recursos alocados para a execução desse projeto. E isso implicará no aumento da contratação de mão de obra especializada e ampliação das relações comerciais com a cadeia de fornecedores. É o que afirma o diretor superintendente da EBSE, Marco Danemberg, nosso entrevistado de hoje (24). O executivo lembra ainda que a renovação do contrato com a Marinha é fruto de uma estratégia da companhia, que visa ampliar a sua participação no segmento de serviços. Além do setor de defesa, a EBSE também conseguiu êxito em outros nichos de mercado. “Podemos citar um Contrato firmado com uma conhecida indústria do segmento alimentício localizada no Paraná, concluído no final de 2021, no qual realizamos serviços de intervenção para manutenção em regime de Turn Key”, contou. Danemberg fala ainda de oportunidades na indústria naval, lembrando que o Rio de Janeiro – onde a EBSE está instalada – tem uma vocação natural para esse mercado. “Segundo estimado pela Firjan, o Cluster Tecnológico Naval do Rio tem potencial para promover projetos na ordem de bilhões de reais, abrindo um excelente horizonte para a indústria naval do Estado, abrangendo todas as áreas, desde a cabotagem, às áreas de petróleo e militar/defesa”, afirmou.

Poderia começar relembrando aos nossos leitores sobre quais são os contratos atualmente em execução com a Marinha?

Atualmente, estamos executando o contrato de manutenção em tubulações de navios da Esquadra Naval, de apoio Antártico, Oceanográfico e outras embarcações da Marinha do Brasil, atracados e/ou docados no Arsenal de Marinha (AMRJ) e Base Naval do Rio de Janeiro, bem como em instalações físicas do próprio AMRJ.

Em que fase estão os trabalhos?

Decorrido um ano desde a assinatura do Contrato e, conforme previsão legal, acabamos de renovar em dezembro de 2021 para um período de mais um ano. Esse tipo de Contrato (manutenção), de acordo com a legislação vigente, em apresentando à contratada bons indicadores de performance, e atendendo a todos os requisitos, é facultado a administração pública a renovação por até quatro anos.

Como foi o primeiro ano de execução desse contrato? Quais foram os principais resultados alcançados?

Mesmo com o advento da pandemia de covid-19, e outras variantes do vírus, gerando um ambiente de dificuldades no mercado nacional e internacional com forte impacto no orçamento da União, o que inevitavelmente afeta as demandas que dependem de recursos públicos, podemos dizer que o resultado atingido nesse primeiro ano foi satisfatório, onde conseguimos manter o break even do Contrato.

Convém ressaltar que, devido o objeto do escopo Contratual envolver equipamentos estratégicos que necessitam estar aptos ao pronto emprego, esse Contrato exige do prestador de serviços um atendimento técnico apurado, com quadro profissional especializado e capacidade logística que permitam a execução de intervenções em condições excepcionais, incluindo trabalhos emergenciais nos navios em finais de semana e feriados, quando necessário, sempre com vistas a preservar a total condição de operacionalidade das embarcações.

Quais são as expectativas para esse contrato para o ano em curso?

Em face da renovação do Contrato e demanda de serviços projetada para o próximo período, estamos incrementando substancialmente os recursos alocados, o que implica em novas contratações de mão de obra especializada e ampliação da cadeia de fornecedores, contribuindo assim para o aquecimento da economia.

Nesse contexto, e haja vista que já dispomos de uma boa estrutura técnica full time nas instalações do AMRJ, equipe familiarizada com as peculiaridades operacionais e um gerenciamento contratual adequado atendendo aos requisitos do cliente, nossa expectativa é bastante positiva quanto a um ano com resultado promissor.

Em nossa última entrevista, o senhor mencionou que ampliar a atuação da empresa no segmento de serviços é uma das metas da EBSE. Como está sendo a busca desse objetivo?

Seguindo nossa estratégia Corporativa para o segmento de serviços, do qual a área de Defesa faz parte, continuamos a busca das metas estabelecidas no Plano Estratégico Anual, ou seja, a ampliação da carteira de negócios nesse importante nicho, diversificando as operações e contribuindo para o equilíbrio do backlog da empresa. Para tanto, nossa área comercial tem intensificado suas atividades, incluindo setores onde até pouco tempo atrás não atuávamos.

Como resultado dessas prospecções comerciais, podemos citar um Contrato firmado com uma conhecida indústria do segmento alimentício localizada no Paraná, concluído no final de 2021, no qual realizamos serviços de intervenção para manutenção em regime de Turn Key. O escopo desse contrato contemplou desde a fabricação dos equipamentos na EBSE, desmontagem de linhas e equipamentos em operação, e montagem dos novos equipamentos nas instalações do cliente em regime de “parada para manutenção”.

Com base em rigoroso planejamento, e sempre contando com o diferencial do back office da Fábrica, conseguimos concluir os serviços e liberar a unidade do cliente para operação, consumindo apenas 75% do exíguo prazo previsto, mesmo atuando longe da matriz da EBSE, o que contribui para consolidar nossa expertise na área de intervenções de serviços.

Poderia falar de maneira geral quais são as perspectivas de novos negócios da EBSE no segmento de defesa?

Como disse anteriormente, o mercado ainda está sob o impacto da covid-19 e, adicionado ao ano de eleições majoritárias em 2022, sem duvida continuará sofrendo com os efeitos dessa instabilidade, o que reflete nos investimentos e demandas de todos os segmentos.

Assim, e sempre norteados por nosso Plano Estratégico, continuaremos os processos comerciais em curso, no sentido de consolidar nossa posição na Base Indústria de Defesa (BID) e ampliar nossas atividades nesse importante segmento que representa mais de 3% do PIB Nacional, sendo vital para garantir nossa soberania.

Nesse cenário, convém destacar o papel de entidades e associações das quais participamos, como por exemplo o SIMDE [Sindicato Nacional das Indústrias de Defesa] e o Cluster Naval do Rio de Janeiro, as quais têm fomentado uma maior integração entre os associados com vistas a formação de parcerias estratégicas para soma de competências, e também gerando um ambiente de negócios interno.

Sobre o Cluster Naval do Rio de Janeiro, onde sabemos a EBSE é um importante integrante, o que o senhor teria a comentar a respeito?

Em sendo uma Associação de extrema relevância para a economia da região – e porque não dizer correlata ao segmento de Defesa -, a EBSE integrando o grupo de “parceiros de primeira hora”, no ano de 2021 passou a fazer parte do Cluster Tecnológico Naval do Rio de Janeiro, cuja atuação visa à cooperação e sinergia das cadeias produtivas voltadas para a Economia do Mar.

Importante lembrar que o berço da construção naval no Brasil foi o Estado do Rio de Janeiro, o qual mantém-se como o principal pilar desse segmento, onde, sendo ou não construídos no Estado os navios geram boas perspectivas para a indústria fluminense incluindo navipeças e manutenção.

Segundo estimado pela Firjan, o Cluster Tecnológico Naval do Rio tem potencial para promover projetos na ordem de bilhões de reais, abrindo um excelente horizonte para a indústria naval do Estado, abrangendo todas as áreas, desde a cabotagem, às áreas de petróleo e militar/defesa.

Com nossa forte presença no mercado enquanto grandes fornecedores da indústria de Óleo e Gás, no caso presente para instalações OffShore, e com expertise em manutenção de embarcações marítimas, inevitavelmente nossa visão é de bastante otimismo com relação aos desafios e oportunidades para o futuro próximo.