ECMAN LIDERA CONSTRUÇÃO DE AEROPORTO NA COLÔMBIA E BUSCA NEGÓCIOS NO BRASIL EM GÁS E TRANSMISSÃO | Petronotícias




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ECMAN LIDERA CONSTRUÇÃO DE AEROPORTO NA COLÔMBIA E BUSCA NEGÓCIOS NO BRASIL EM GÁS E TRANSMISSÃO

 Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

luciano-de-carvalhoA construtora Ecman vive um momento de expansão no Brasil e também no exterior. A companhia, fundada na Bahia em 1983, tem o setor de óleo e gás em seu DNA, sendo esse mercado a primeira janela de oportunidade da empresa em seus primórdios. Com o passar dos anos, a Ecman passou a olhar para outros segmentos. Na entrevista de hoje (10), vamos conversar com o diretor executivo da companhia, Luciano de Carvalho. Uma das novidades reveladas pelo executivo é o plano da construtora para participar do próximo leilão de transmissão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Na área de petróleo em si, as oportunidades não são tão numerosas, mas o nicho de gás natural desperta muito interesse da Ecman. “Se olharmos especificamente para o mercado de gás natural, estamos participando, desde a metade do ano passado, de pré-homologação, debates, estudos técnicos e projetos com players do setor. Existem terminais importantes de regaseificação sendo planejados e alguns até sendo bidados. Nós mesmos estamos participando de dois bids importantes”, declarou Carvalho. A empresa conseguiu crescer em uma média de 12% nos últimos anos e muito se deve aos negócios no mercado internacional. Um dos projetos de maior destaque da Ecman no exterior é a construção de um aeroporto na cidade de Tocancipá, na Colômbia, que deve ter obras iniciadas em agosto desse ano. “É um projeto que livrará o aeroporto de Bogotá de problemas insolúveis como falta de pista e problemas de curva de aproximação de aviões”, explicou.

Poderia nos atualizar sobre como tem sido o foco de atuação da empresa em óleo e gás?

plataformaO setor de óleo e gás está no DNA da empresa desde quando a Ecman iniciou suas atividades, em 1983, particularmente no estado da Bahia, que tem um histórico relevante nessa indústria. Ao longo dos anos, a Ecman vem se diversificando e agregando outras disciplinas na parte de infraestrutura e construção civil.

Nos últimos anos, observamos uma redução drástica e uma mudança no perfil do mercado de óleo e gás. A redução na demanda por obras se deu a reboque dos famosos escândalos que aconteceram no passado e também em função da queda do preço do petróleo [a partir do ano de 2014].  Existia uma demanda muito grande de obras e houve um baque. Sofremos o impacto.

Por outro lado, nesses últimos anos, houve alguns eventos marcantes no setor de óleo e gás. Um deles é que a Petrobrás vem rapidamente deixando de ser o principal player do mercado. Ela continua nesse papel, mas vem perdendo participação na cadeia de óleo e gás, particularmente no gás natural. Observamos um crescimento da operação de players internacionais no Brasil na parte de downstream e midstream. A Petrobrás continua sendo um cliente alvo nosso. Mas a Ecman tem esse DNA de olhar muito para o cliente privado.

Acho que este é um mercado que começa a caminhar com passos largos para novas oportunidades, depois de um longo e tenebroso inverno.

Olhando para o futuro, poderia compartilhar conosco qual será o planejamento da empresa para o setor de óleo e gás?

gas naturalSe olharmos especificamente para o mercado de gás natural, estamos participando, desde a metade do ano passado, de pré-homologação, debates, estudos técnicos e projetos com players do setor. Existem terminais importantes de regaseificação sendo planejados e alguns até sendo bidados. Nós mesmos estamos participando de dois bids importantes. Essa parte de regaseificação, terminais novos e construção de gasodutos já é uma realidade. O mercado já apresenta oportunidades para empreiteiras que tenham o nosso nível de certificação técnica. A Petrobrás, decididamente, vem fazendo desinvestimentos pesados na área de gás natural. Estamos trabalhando muito para atuar nesse mercado.

Na parte de petróleo em si, as novas obras praticamente foram paralisadas, exceto atividades em refinarias, como revamps. Não existem muitas oportunidades no curto prazo. As poucas construções de FPSOs, por exemplo, foram exportadas, lamentavelmente. Não vejo oportunidade nenhuma no curto prazo em obras de FPSOs e plataformas.

E quais os projetos estão no radar?

transmissaoEu posso apresentar um briefing geral do que está acontecendo. A Comgás era uma empresa controlada pelo poder público e foi privatizada. Com um passado de empresa local, agora a Comgás vem se tornando um player importante no Brasil. Ela tem projetos relevantes, com investimentos estimados em US$ 5 bilhões. A Comgás, sem dúvida nenhuma, é um player forte.

Outro player é a TAG, que comprou muitos ativos da Petrobrás na parte de gás. Eles estão nesse momento fazendo a consolidação desses ativos e já assumiram a operação de mais de 4 mil km. Há ainda a Golar, uma empresa europeia que veio ao Brasil e tem em curso alguns projetos relevantes.

A BR Distribuidora, que não está mais debaixo do guarda-chuva da Petrobrás, hoje tem controle pulverizado. A BR também tem investimentos relevantes em discussão sendo bidados. Já a Ipiranga está nos últimos anos saindo do foco de distribuição e estocagem e vem olhando com atenção para leilões para construção de terminais gaseiros. A Ipiranga é um cliente com o qual temos uma relação forte no passado. Essas são empresas que certamente estão no nosso radar.

No Brasil, também estamos olhando, junto com alguns parceiros, para alguns leilões da Aneel para construção e operação de linhas de transmissão de energia e subestações. Em 2019, participamos de dois leilões para investimento, projeto, construção e operação. O nosso interesse seria a construção das linhas. Nós perdemos a disputa nesses leilões de 2019. Agora em julho, haverá mais um pacote da Aneel e devemos participar também. Serão 14 lotes leiloados. Devemos nos qualificar para disputar dois ou três deles.

Entre 2016 e 2020, a empresa cresceu na média de 12% ao ano. Ao que se deve esses resultados? Qual foi a estratégia?

plataformaEsses números são frutos, essencialmente, de uma estratégia de internacionalização da empresa. Eu diria que, de forma preponderante, essa média de 12% pode ser creditada ao que as operações no exterior trouxeram à matriz no Brasil.

No passado, tínhamos umas poucas operações no exterior, particularmente em Angola e Equador. Por volta de 2014, começamos a idealizar um novo direcionamento para uma plataforma de crescimento dos nossos negócios no exterior, de uma forma mais planejada e não apenas em negócios spot.

Então, começamos uma estratégia de estabelecimento formal, legal, comercial e físico em alguns países. Hoje, nós temos filiais legalmente constituídas em algumas nações. Com isso, conquistamos alguns contratos. Uma parte deles já está finalizada e outros ainda sendo concluídos. Temos também outros contratos para iniciar agora, após assinatura de contratos recentes.

Em quais projetos a Ecman tem participado no mercado internacional?

bandeiras-da-colombia-4oito_14149Essencialmente, o que olhamos no exterior é óleo & gás, infraestrutura e saneamento. Na África, estamos presentes em Angola, Nigéria e Moçambique. Nós temos um escritório na cidade de Lagos, na Nigéria, que cuida das nossas operações na África.

A Nigéria registra um crescimento relevante. É um país completamente sem infraestrutura. Por lá, nosso foco é petróleo, refinarias e obras de infraestrutura. Em Angola, nós também temos um foco em infraestrutura, embora aquele país passe por um momento complicado do ponto de vista econômico.

Na América do Sul, o foco varia um pouco. No Peru, somos essencialmente uma empresa de obras de infraestrutura – estradas, pontes, hospitais, universidades e prisões. O Panamá é um país muito pequeno, mas que tem um constante investimento em infraestrutura. É sempre um local de oportunidades. No Equador, o mercado de óleo e gás é importante.

Já na Colômbia, temos uma operação de óleo & gás através da Ecopetrol e EPM. E tem também um desenvolvimento importante na parte de saneamento no país. Tirando a capital Bogotá, a infraestrutura do resto do país é paupérrima. Ainda na Colômbia, temos uma operação específica, que é um pouco diferente da nossa rotina.

Poderia detalhar esse contrato?

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Aeroporto de Bogotá

Este é um contrato de 25 anos para investimento, construção e operação de um aeroporto. A Ecman é a líder do consórcio e temos quatro anos para projetar e concluir a construção. Estamos na fase de finalização de projeto executivo e desapropriações. As obras civis devem começar em agosto de 2021. Ou seja, o início da operação do aeroporto está previsto para outubro de 2023.

O aeroporto ficará em Tocancipá, a 38 km da capital Bogotá. É um projeto que livrará o aeroporto de Bogotá de problemas insolúveis, como falta de pista e problemas de curva de aproximação de aviões. Este projeto foge um pouco da nossa característica de ser somente um construtor. Nesse caso específico, nós lideramos o consórcio de empresas. Vamos fazer o investimento na construção desse aeroporto.

E qual sua expectativa de negócios para o resto do ano?

Temos uma expectativa muito grande para 2021, apesar dos impactos da pandemia. Este é um ano que temos a expectativa que vários projetos importantes da iniciativa privada saiam da mesa e sejam bidados. Além dos empreendimentos que já mencionei no setor de gás natural, cito os de logística e renovação de rodovias. O novo marco do saneamento abre perspectivas bem interessantes também. Continuamos na expectativa que em 2021 tenhamos novos contratos no Brasil com a iniciativa privada.

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