ELETRONUCLEAR AGUARDA DECISÃO DO GOVERNO SOBRE NOVAS USINAS NO BRASIL

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

A Eletronuclear vem estudando há alguns anos a construção de novas usinas nucleares no Brasil e a região Nordeste tem sido a mais indicada pelos técnicos da estatal para receber a primeira unidade. Dentre os estudos, há um projeto já bem delineado para a implantação de uma central em Pernambuco, onde poderão ser construídas até seis unidades geradoras, com capacidade de 6,9 mil MW e custo de cerca de R$ 170 bilhões somando juros, impostos e taxas. Apesar da pesquisa dos sítios e dos estudos preliminares para o projeto, a Eletronuclear depende da disposição do governo em aprovar novas usinas nucleares no Brasil, o que ainda não foi definido. O supervisor da presidência da Eletronuclear, Drausio Atalla, que apresentou o projeto recentemente em evento da Abdan, acredita que seriam necessários recursos privados para o projeto, já que são grandes somas de investimentos, mas afirma que a decisão é da sociedade e do governo. Atalla reitera que à Eletronuclear cabe executar o que for decidido e ressalta que a empresa está se preparando para atender ao que for definido.

Existe consenso com o governo sobre o local de uma futura nova central nuclear?

Existe uma política energética, executada pelo Ministério de Minas e Energia com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Eles é que irão indicar as regiões que devem receber as usinas – se é que deverão recebê-las – e as respectivas potências. Nós estamos preparados para atender em qualquer região.

A região Nordeste deverá ser priorizada?

Quando foi lançado o plano 2030, ele sinalizava no Nordeste, por isso priorizamos a região. Mas isso é uma decisão da sociedade. Existem vários interesses, legítimos, por trás de uma decisão dessas.

Vocês têm se articulado para viabilizar as novas usinas?

Observe que a FGV [Fundação Getúlio Vargas] fez um estudo, usando todo tipo de dado, sobre política energética, e chegou à conclusão que, na visão de 2040, a estimativa menos otimista era de oito novas usinas, podendo alcançar de 15 a 20 usinas.

Como a Eletronuclear está se articulando para essa entrada de novas usinas?

Nós somos uma organização mais executora. Estamos nos preparando para executar seja lá o que for definido e onde quer que seja.

Você falou que o projeto determinantemente exigiria investimento privado (durante a apresentação)…

Isso é outra questão não discutida. Me parece óbvio que um número de usinas elevado não ficaria a cargo do capital do Estado, porque existem outros interesses concorrentes, como educação, saúde e transporte. Agora, independente de ter capital privado ou não, em nenhum lugar do mundo existem usinas nucleares funcionando sem que o Estado esteja fortemente presente, seja como proprietário total, parcial, como regulador ou o que for.

Mas e em relação a este projeto?

Nosso papel é mostrar os sítios onde podem ser construídas as usinas, mostrar o tempo que levaria a construção, o custo do projeto, as condições etc. Ou seja, estudar com o maior detalhe possível para oferecer aos tomadores de decisão as informações para que eles possam tomá-las no presente de modo a afetar favoravelmente o futuro. Essa é a essência do nosso trabalho.

E já conversaram com empresas privadas sobre esses projetos?

Já. Com várias. A indústria nuclear tem muitos vínculos mundiais. Ela não é uma indústria nacional de qualquer país. Ela por si só é mundial. 

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Eu sou pernambucano, mais na minha opinião, o melhor local para a instalação dessa usina nuclear, seria Alagoas, por ter a melhor logística do Nordeste. Alagoas fica no centro da região nordestina, a onde tornaria uma distribuição excelente de energia nuclear para outros Estados nordestinos.