EMPRESAS BRASILEIRAS DE DIVERSOS SETORES ASSUMIRAM COMPROMISSO NA COP26 DE SEGUIR O CAMINHO DA DESCARBONIZAÇÃO
Empresas brasileiras de diversos segmentos lançaram na COP26, em Glasgow, Escócia, um documento se comprometendo com a adoção de uma agenda climática mais ambiciosa, que seja capaz de manter viva a meta de 1,5ºC, o maior aumento de temperatura possível para o planeta segundo os cientistas, a fim de evitar o ponto de não-retorno do clima. Intitulado “Propostas e Recomendações Empresariais para a NDC Brasileira”, e organizado pelo Instituto Ethos – Empresas e Responsabilidade Social, o documento é assinado pelas empresas Aché, Ambiensys Gestão Ambiental, Green4T, ICTS, JLL, Natura & CO, OEC, Servmar Serviço Técnico Ambientais, SPIC Brasil, e Synergia Consultoria Socioambiental. O lançamento aconteceu durante o painel “Elevando a ambição climática da NDC brasileira e caminhos para a descarbonização“, que contou com diretores de três empresas – Natura &CO (Denise Hills), Marfrig ( Paulo Pianez) e Norsk Hydro (Domingos Campos),
De acordo com o documento assinado pelas empresas, fruto de discussões realizadas ao longo de 2021 dentro do Grupo de Trabalho de Meio Ambiente do Instituto Ethos, essa iniciativa tem o diferencial de indicar a composição de “um ecossistema dinâmico de atuação, onde as empresas proponentes colaboram e ajudam a construir uma rede de garantia dos direitos à qualidade de vida para se evitar o ponto do não retorno climático”. Em relação às emissões de gases de efeito estufa, as empresas signatárias se comprometem não só a medir e reduzir suas emissões, a fim de aumentar sua eficiência energética, buscando emissões zero até 2030, mas também divulgar anualmente seus resultados. Além disso, as empresas se prontificam a eliminar produtos oriundos de desmatamento ou exploração ilegal de suas redes de produção e comercialização e desenvolver planos de descarbonização visando “uma transição justa, promoção de empregos verdes e renda à população”.
De acordo com Cauê Borges Maia (foto), responsável por Meio Ambiente na OEC, a assinatura do documento reitera o compromisso da empresa com a agenda do clima: “Entendemos que o setor produtivo só tem a ganhar com o país e suas empresas se tornando referência em iniciativas para a descarbonização e enfrentamento das mudanças climáticas. É visível o redirecionamento dos projetos de engenharia que a cada dia exigem maior prioridade para o bom desempenho de suas emissões.” Além de “apoiar ações de conservação dos biomas” em que atuam, as empresas se comprometem com “estabelecimento e fortalecimento” de uma economia de baixo carbono. Entre as medidas listadas nesse sentido, estão a inserção em sua base de investimentos da “precificação de carbono e auditoria das cadeias de valor para redução de emissões” e promoção de estudos internos sobre mercado de carbono e regulamentação de créditos de carbono, com o objetivo de “dar mais segurança jurídica e tributária às empresas que investem em projetos e/ou compensação”.
O documento assinado pelos empresários também revela uma preocupação com a transparência das cadeias de valor. Entre as medidas assumidas, estão “garantir a rastreabilidade das cadeias produtivas e assegurar a transparência dos impactos da sua atuação para a sociedade”. Para tanto, se comprometem a manter relações mais próximas com as cadeias de fornecedores e estimular a “adoção de compromissos e métricas para diminuição de emissões”, além de adotar políticas que promovam a “mitigação e adaptação à mudança do clima em suas operações diretas”. Em sua carta de “propostas e recomendações”, as empresas revelam também a preocupação com a “sociobiodiversidade”. O termo se traduz em 11 pontos de ação, dentre os quais, a eliminação do desmatamento ilegal nas suas cadeias produtivas, a promoção de modelos de negócio que valorizem a floresta em pé e o investimento em pesquisa e desenvolvimento para uso sustentável dos recursos naturais, fomentando a bioeconomia e soluções baseadas na natureza, “reconhecendo e valorizando o conhecimento de comunidades tradicionais e indígenas – povos originários e tradicionais”. Em sua parte final, o documento faz uma série de “recomendações ao governo brasileiro”, dividida por temas como “Emissões de Gases de Efeito Estufa”, “Fiscalização e Transparência”, “Comunicação e Educação” e “Resíduos Sólidos”. Para download do documento, acesse: https://drive.google.com/drive/folders/10gbfA3iBHF-a-DZcO1r8_sBdpoqew47w
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