EMPRESAS HOLANDESAS SE REÚNEM NO RIO DE JANEIRO PARA FIRMAR NOVAS PARCERIAS NO SETOR OFFSHORE

Por Luigi Mazza (luigi@petronoticias.com.br) –

maarten-de-haan tarjaAs parcerias que vêm surgindo no mercado nacional e os planos a longo prazo na indústria offshore comprovam, cada vez mais, que as empresas holandesas vieram ao Brasil para ficar. Ainda que afetadas pelo cenário de menores demandas e cortes de projetos, companhias como a Allseas, a Heerema e a Frames apostam no país mantendo as atenções voltadas para o futuro, quando deverá ocorrer uma retomada do crescimento econômico brasileiro. É com essa perspectiva de novos investimentos que um grupo de 30 executivos de companhias holandesas irão se reunir, nesta terça-feira (27), para debater possíveis projetos e parcerias em um jantar organizado pela Câmara de Comércio Holanda-Brasil do Rio de Janeiro.  A indústria brasileira hoje vive um momento ruim, mas o cenário de ativos baratos gera oportunidades para companhias que buscam se estruturar no país, afirma o diretor-executivo da Câmara, Maarten de Haan, responsável por promover o evento e apoiar executivos estrangeiros no Brasil. Além disso, a atual situação do mercado favorece a ida de companhias brasileiras à Holanda, explica Haan, que tem auxiliado a realização de uma missão de empresários que irá ao país europeu no início de novembro.

Em busca de projetos que ajudem na superação da crise, algumas das empresas holandesas que estarão no encontro têm presença marcada na OTC Brasil 2015, que tem início nesta terça-feira, com a cobertura completa do Petronotícias. A expectativa dos executivos de fora é de que se firmem novos investimentos mesmo no momento de baixa movimentação financeira. Entre as companhias que vão à feira estão Shell, Boskalis, SBM Offshore e Heerema.

Como as empresas holandesas enxergam hoje o mercado brasileiro?

O mercado hoje é mais difícil do que há alguns anos, mas ainda temos empresas holandesas chegando ao Rio de Janeiro para se firmar no mercado. A visão delas é de se planejar para 2018, para estarem preparadas para a próxima onda de crescimento. Algumas ainda conseguem fechar negócios com a Petrobrás, mesmo sendo difícil, e todas estão buscando novas oportunidades.

Quais são essas oportunidades?

Os ativos de empresas estão baratos, então este é um bom momento para comprar companhias brasileiras ou fazer fusões. O cenário está bom para entrar no mercado, mas é preciso ter paciência, porque as dificuldades não vão se resolver em dois ou três meses.

Que empresas holandesas chegaram recentemente ao país?

Uma delas é a Allseas, que conseguiu fechar negócio com a Petrobrás para fornecimento de tubos submarinos que serão utilizados no pré-sal. Outra empresa é a Heerema, que está se planejando para 2018 e tem buscado agora construir uma rede de contatos no Brasil para investir mais à frente.

Quais dessas companhias estarão na OTC Brasil 2015?

Só as principais empresas vão participar, como Shell, SBM Offshore, Boskalis e Heerema. Será um bom grupo de empresas ligadas ao setor offshore.

Essas empresas têm encontrado espaço para se firmar no país?

Quando elas conseguem chegar ao Brasil com um contrato da Petrobrás na mão, fica mais fácil entrar no mercado, porque elas têm segurança para ganhar dinheiro assim que chegam. Mas é preciso ter paciência para fazer negócios no país. Os executivos têm que ganhar a confiança das empresas brasileiras, fazer vários encontros, além de toda a burocracia e outros obstáculos.

Quais têm sido as principais dificuldades para novos projetos?

O Brasil é um país muito fechado para fazer importação. São muitos impostos e muita burocracia, então é um país difícil para fazer negócios. As empresas precisam ter dinheiro para investir até conseguirem fechar os primeiros negócios.

Que trabalhos estão sendo feitos para levar empresas brasileiras à Holanda?

Nossa Câmara é muito aberta para apoiar companhias brasileiras que tenham interesse na Holanda, que é um país muito aberto e serve de porta de entrada para a Europa. Existe uma missão brasileira, do estado do Rio de Janeiro, que vai para a Europort, maior evento marítimo do continente, no início de novembro. A feira vai acontecer em Roterdã, e a missão com foco em óleo e gás está sendo organizada pela Firjan, com Onip, Sebrae e Rio Negócios. Nós não estamos organizando, mas ajudamos essas empresas a fazerem contatos e encontros.

O momento ainda permite otimismo frente à situação do mercado?

Sim. Muitas empresas fizeram um grande investimento no Brasil e hoje passam por um período de dificuldades, mas elas têm que sobreviver. O cenário pode apresentar uma queda, mas sempre há bons e maus tempos. As companhias precisam se adaptar e aproveitar o atual momento.

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