ENAVAL VENCE LICITAÇÃO DE MEXILHÃO, MAS SEU PREÇO É CONSIDERADO INEXEQUÍVEL

Saiu o resultado da licitação para o REVAMP da Plataforma de Mexilhão, localizada no litoral de São Paulo, que estava em parada planejada desde o dia 1 de novembro do ano passado. Mas, os valores apresentados pelas empresas concorrentes podem tirar o sono do pessoal da engenharia da Petrobrás. A ordem é economizar, mas é preciso responsabilidade para não ocorrer o que virou prática comum nos últimos tempos, quando as empresas mergulhavam nos preços e acabavam sem capacidade para gerir o empreendimento.

A abertura dos envelopes da licitação ocorreu na noite desta quinta-feira (17), e apresentou o seguinte resultado:

1º – Enaval – R$ 248 milhões

2º – Cobra/Potencial – R$ 386 Milhões

3º – MIP – R$ 399 milhões

4º  Forship – R$ 407 Milhões

5º – Enesa – R$ 499 milhões

6º – Imetame – Desclassificada

Muitas das empresas concorrentes e algumas pessoas da Petrobrás consideraram o preço inexequível. A obra tem um fluxo de caixa ruim e vai exigir muito lastro das empresas que estarão envolvidas no projeto. A diferença entre o preço vencedor e o segundo lugar é de quase R$ 140 milhões. Dentro da companhia, pessoas que não quiseram se identificar dizem que seria uma irresponsabilidade entregar a obra por este preço. Ninguém faria, dizem.

A obra de revitalização e ampliação da Plataforma PNXL de Mexilhão é extremamente importante, porque vai trazer o gás para a UPGN do Comperj. Como o Petronotícias antecipou, a Petrobrás decidiu retomar algumas obras do complexo petroquímico, para dar partida ao projeto. E, na sequência, retomar as outras obras. A decisão final de se anunciar o vencedor está nas mãos do Gerente Executivo Marco Tulio, que está subordinado ao Diretor de Engenharia, Roberto Moro.

Nos próximos dias, a Petrobrás vai definir o que fazer. Até agora, a Enaval levou. Mas a empresa terá que provar e comprovar que tem realmente capacidade para executar esta obra. Repetir todo procedimento das obras anteriores, confiando-se em aditamentos, será um erro estratégico para a estatal. E isso ninguém quer. O planejamento para a execução terá que ser extremamente bem feito. A Petrobrás quer a obra concluída, não obra parada no meio por irresponsabilidade de execuções.

A Plataforma de Mexilhão foi construída pelo Estaleiro Mauá Jurong e tem uma estrutura com impressionantes 227 metros de altura (incluindo jaqueta e convés), que corresponde a um edifício de 75 andares. A plataforma foi instalada em novembro de 2009. O custo de sua construção foi de R$ 1,19 bilhão. O campo de Mexilhão localiza-se na região da Bacia de Santos, litoral norte do Estado de São Paulo, a 165 km de Caraguatatuba e a 225 km da cidade de Santos. Ele fica em águas com profundidade média de 460 metros e a plataforma de Mexilhão será instalada em uma lâmina d’água de 172 metros.