ENBPAR E BNDES VÃO ENTREGAR AMANHÃ AO GOVERNO O NOVO ESTUDO DE MODELO DE TARIFA DE ANGRA 3
Um novo passo no sentido de, enfim, destravar as obras de Angra 3 e concluir o projeto. O presidente da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), Luis Fernando Paroli, anunciou hoje (8) que entregará amanhã, às 15h, ao Ministério de Minas e Energia, um estudo do BNDES com o novo modelo de tarifa de Angra 3. A novidade foi revelada durante o evento Nuclear Summit, que está sendo realizado pela Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN), no Rio de Janeiro. Em breve conversas com jornalistas, Paroli não quis antecipar a aproximação do valor de tarifa que será apresentado ao governo. No entanto, ele garantiu que o preço estará abaixo dos R$ 750 por MWh que estavam sendo previstos até então. Para chegar ao novo valor, o presidente da ENBPar disse que foram consideradas algumas premissas, como o retorno do Renuclear e a não incidência da Reserva Global de Reversão (RGR). Com essas informações nas mãos do governo, Paroli acredita que poderá ser feita a decisão política de incluir Angra 3 no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O que será entregue amanhã ao governo?
O que fizemos foi tentar separar a entrega dos estudos. O novo modelo de tarifa de Angra 3 é bem complexo. Isso porque é necessário detalhar todo o orçamento e entregar essas informações ao Tribunal de Contas da União (TCU). Isso demoraria muito para acontecer.
Por isso, separamos essa entrega em duas etapas. A primeira, que vai acontecer amanhã, às 15h, no Ministério de Minas e Energia, é referente ao CAPEX [para concluir a obra] que já foi calculado. Esse CAPEX, de R$ 20 bilhões, está embasando os estudos da tarifa, que serão apresentados amanhã.
O CAPEX que consta nesse estudo não está totalmente detalhado. A margem de erro será muito pequena. Mesmo assim, os dados que constam nesse primeira parte do estudo já serão suficientes para a decisão política de incluir Angra 3 no PAC. Portanto, o que vamos entregar é o estudo com o novo modelo de tarifa de Angra 3, para que possamos ter as condições políticas para a tomada de decisão da retomada do projeto.
O que há de novo nesse modelo?
Dentro desse modelo, existem algumas premissas, como o retorno do Renuclear nacional e estadual [Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento de Usinas Nucleares]. Outra premissa é a ausência da RGR [Reserva Global de Reversão, um dos encargos do setor elétrico pagos pelo consumidor e, usado, entre outros fins, para financiar iniciativas de melhoria e expansão do setor]. Essas e outras premissas podem afetar positivamente fortemente a tarifa, trazendo o preço da energia de Angra a patamares muito mais aceitáveis do que os R$ 750 por MWh que estavam sendo anunciados anteriormente.
O senhor mencionou que a previsão do CAPEX que será apresentada amanhã ao governo ainda não está totalmente precisa. Qual é a margem dessa imprecisão? E isso não poderá prejudicar a avaliação por parte do governo?
O estudo tarifário que apresentaremos amanhã está baseado em um CAPEX que não está preciso. Ainda assim, ele terá uma margem de erro de 2%, no máximo. Isso porque o detalhamento do CAPEX em uma licitação internacional [como a de Angra 3] demanda uma especificação muito grande de todos os detalhes do edital. Ainda assim, [essa imprecisão de 2%] não tem condição de afetar fortemente a previsão do CAPEX necessário para concluir a obra.
Necessário retomada urgente do programa Angra 3. Pessoal deve ter avaliação de que ENERGIA é hoje problema grave no Brasil e especialmente na região sudeste. Será que irão se conscientizar quando começar a ocorrer apagões?