ENBRIDGE NÃO OBEDECE ORDEM DA GOVERNADORA DE MICHIGAN E MANTEM OLEODUTO DA LINHA 5 EM OPERAÇÃO

Governadora de Michigan: de olho nas próximas eleições

Governadora de Michigan: de olho nas próximas eleições

A Enbridge disse que continuará a enviar petróleo por meio de seu oleoduto da Linha 5 que cruza os Grandes Lagos, apesar do prazo da governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, para fechar o duto ontem (12): “A Enbridge continuará a fornecer através da Linha 5 energia segura, confiável e acessível para abastecer as economias da região”, disse a companhia. A empresa já havia se comprometido a manter o oleoduto funcionando.  Whitmer definiu o prazo final para o dia  12 em novembro,  depois de revogar uma servidão que permitia que o oleoduto cruzasse o fundo do Estreito de Mackinac, mas a Enbridge contestou a ordem no tribunal federal dos Estados Unidos e diz que continuará operando a Linha 5.

Para lembrar, o oleoduto de 1.038 quilômetros fornece óleo e gás natural líquido para os estados do meio-oeste dos Estados Unidos e as províncias canadensesWSWSWS de Ontário e Quebec, transportando o petróleo de Superior, Wisconsin, através de Michigan a Sarnia. Fechar o oleoduto exigiria dezenas de milhares de caminhões e centenas de vagões para transportar petróleo e combustível por estrada, alertou a  Enbridge. Proprietários de casas que dependem de propano para aquecer suas casas em Michigan poderiam ver os preços aumentarem. Os aeroportos de Detroit e Toronto recebem combustível de aviação de refinarias locais fornecidas pela Linha 5. O prefeito de Sarnia, Mike Bradley (foto à direita), também disse esperar que o petróleo e o gás natural continuem fluindo pelo oleoduto, acrescentando que Whitmer não tem força  para interromper o fornecimento, que é protegido por um acordo internacional entre os dois países assinado em 1977. Só um desastre ambiental poderia interromper o fluxo da linha 5:   “A governadora  não tem poder, até onde eu sei, para fechá-lo e a mediação ordenada pelo tribunal dos Estados Unidos e a intervenção do governo canadense me dizem que não haverá paralisação da linha.”

Whitmer ameaçou ir atrás dos lucros da Enbridge se a empresa de energia, com sede em Calgary, no Canadá,  continuar a operar o gasoduto a partir da ordem de fechamento. A carta dela para Enbridge chegou no mesmo dia em que o governo canadense entrou com uma ação no tribunal dos Estados Unidos que ordenou que o estado e a empresa entrassem em mediação. O ministro de Recursos Naturaiswswssd, Seamus O’Regan (foto à esquerda), disse que “a linha 5 é essencial para nossa segurança energética. Aquece casas canadenses e americanas. Apoia empregos canadenses e american0s”.

O confronto do oleoduto Enbridge Line 5 parece ser  um teatro entre políticos,  mas isso não significa que seja irrelevante. Não há praticamente nenhuma chance de que a governadora de Michigan possa fechar unilateralmente um oleoduto existente que cruza as fronteiras estaduais e internacionais. Esse tipo de problema está fora da jurisdição de qualquer estado. Mas isso não significa que o Canadá terá vencido. A Enbridge pode vencer esta batalha, mas ainda estará perdendo a guerra para  a cruzada organizada de ambientalistas que querem para bloquear oleodutos que saem do Canadá, para bloquear fechar as areias canadenses. No meio de toda esta disputa, aguardando uma decisão, está a empresa brasileira Liderroll, que teve a tecnologia escolhida para ser usada no lançamento de um futuro túnel de pouco mais de 7 quilômetros, por onde passará uma nova Linha 5.

Jurisdicionalmente, a ordem executiva do governador para fechar a Linha 5 é uma violação do tratado Canadá-Estados Unidos

Refinaria de Sarnia, ainda em operação

Refinaria de Sarnia, ainda em operação

assinado 1977,  que proíbe os governos de ambos os lados da fronteira de fecharem um oleoduto existente, a menos que haja um “desastre natural ou emergência operacional“. Não há nenhum na Linha 5. A ordem de Gretchen Whitmer também viola o NAFTA e o novo USMCA. A probabilidade de um juiz federal emitir uma ordem para fechar as torneiras é remota, e a governadora Whitmer sabe disso. Então, por que ela emitiu a ordem?

As ambições de Whitmer vão muito além de apenas ser governadora de Michigan. Ela tem apenas 49 anos. Seu primeiro mandato termina no próximo ano. Seu desafio para a Linha 5 é um sinal de virtude clássico e fez dela a heroína da noite para o dia do movimento anti-pipeline americano. Dezenas de grupos de mudança climática e outros políticos democratas estão intervindo nesta ação legal para apoiá-la. O que os canadenses acreditam é que Whitmer está lançando as bases para o próximo estágio de sua carreira  como senadora dos Estados Unidos, ou até mesmo uma nomeação federal pelo presidente Joe Biden, aliado de Whitmer. Lá como cá, a grande maioria dos políticos só olha pra si. Se vai prejudicar alguém, para eles, é só uma leve consequência. Neste caso da Linha 5 milhares de pessoas serão prejudicadas porque perderão seus empregos.

O Presidente Binden de boca fechada. Nenhuma palavra

O Presidente Binden de boca fechada. Nenhuma palavra

O presidente Biden ainda não falou publicamente sobre uma decisão inconstitucional e ilegal de uma governadora, ainda que aliada. Mais uma vez, a resposta é política. No primeiro dia de sua presidência, Biden vetou outro oleoduto canadense – Keystone XL.  Dado o efeito devastador que um fechamento da Linha 5 teria em Ontário e Quebec, os ministros de Trudeau estão ocupados correndo em torno de Ottawa e Washington, declarando que o fechamento da Linha 5 é “inegociável”. Mas, em particular, todos eles sabem que, se isso acontecesse, há pouco que o Canadá pudesse fazer. Biden ignorou Canadá em Keystone XL e poderia fazer de novo se quisesse. Trudeau poderia denunciar isso em voz alta, mas com pouco efeito.

No Canadá acredita-se que a linha 5 quase certamente permanecerá aberta agora, mas por quanto tempo? O ataque da Linha 5 de Whitmer acendeu um movimento de ambientalistas americanos com horas de exposição

Lago de Michigan

Lago de Michigan

na mídia no horário nobre queridinho das redações com tendências de esquerda que apoiaram a eleição de Binden. Oitenta por cento da produção de petróleo betuminoso do Canadá é vendida aos Estados Unidos a preços bem abaixo dos globais. No mundo dos negócios, nenhuma empresa seria considerada viável se 80% de seu produto fosse para um só cliente.

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