ENCONTRO ANUAL DA INDÚSTRIA QUÍMICA DEFENDE REFORMAS E PEDE AGILIDADE NA APROVAÇÃO DA LEI DO GÁS
A aprovação do PL do Gás pelo Senado e as reformas tributária e administrativa como ferramentas para a retomada do crescimento da indústria, entre elas a química, foram destacadas pelos representantes dos poderes Executivo e Legislativo em suas apresentações no 25º Encontro Anual da Indústria Química (ENAIQ), promovido pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que o Programa Novo Mercado do Gás representa um esforço do governo federal, com o apoio do setor produtivo, para eliminar barreiras aos investimentos no Brasil. “Ele visa tornar o mercado de gás natural mais aberto, dinâmico e competitivo, reduzindo o preço do insumo e contribuindo para a formação de uma indústria nacional pujante e competitiva. O Ministério de Minas e Energia publicou este ano 26 autorizações de importação de gás natural, já é possível contratar capacidade de curto e médio prazo pelo Gasbol (Gasoduto Brasil-Bolívia) via plataforma digital, temos um terminal de gás natural liquefeito privado em operação em Sergipe e uma UPGN (Unidade de Processamento de Gás Natural) privada na Bahia e mais terminais privados de GNL virão, como no Porto de Açu, em 2021, no Rio de Janeiro e de Barcarena, no Pará”.
Segundo o secretário-especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (SEPEC), do Ministério da Economia, Carlos Alexandre Da Costa (foto à direita), é preciso acabar com a tríade destrutiva, que desindustrializou o Brasil, formada pelos juros altos, câmbio apreciado e impostos elevados. Da Costa fez um chamado a todo o setor industrial. “Precisamos de união em torno das agendas comuns, das propostas legislativas, pois a indústria precisa de redução do Custo Brasil e vamos continuar reduzindo-o e trabalhar para melhorar a logística, avançar com o saneamento e aprovar no Senado o PL do Gás. Precisamos de uma indústria unida para avançar em competitividade, produtividade e trazer mais empregos”.
O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes Cordeiro (foto à esquerda), destacou a parceria entre a indústria química e o agronegócio. “Somos ligados pelos defensivos agrícolas e fertilizantes, os dois juntos representam cerca de 17% da indústria química e precisamos avançar, não podemos ter a dependência dos fertilizantes importados, que representam quase 90% do mercado. Precisamos dessa parceria com a indústria química para sermos autossustentáveis em fertilizantes”.
O Brasil ainda possui a sexta maior indústria química do mundo, atrás de China, Estados Unidos, Japão, Alemanha e Coreia do Sul. O presidente do Conselho Diretor da Abiquim, Marcos De Marchi (foto à direita) lembrou que o setor celebrou o Marco Legal do Saneamento e aguarda a aprovação do PL do Gás pelo Senado. “Ele vai promover o desenvolvimento do mercado aberto e livre que pode nos levar a ter um custo de molécula mundialmente competitivo”. O desempenho do setor químico em 2020 foi apresentado pelo presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino(foto a esquerda). Este ano, o faturamento do setor químico, medido em dólar, deve cair 14% na comparação com 2019. “A indústria química deve encerrar 2020 com um faturamento de 101,7 bilhões de dólares, equivalente a 508,7 bilhões de reais. Faz parte do nosso trabalho desenvolver visão de futuro e precisamos de um gás natural competitivo, imagino que nas próximas semanas teremos um novo marco, sendo que a química usa o gás natural como energia e matéria-prima.”
O diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem, Jorge Soto (foto à direita), afirmou que os químicos são solução para o desenvolvimento sustentável. “A química pode ser líder global na indústria sustentável, somos parte da solução, precisamos considerar os riscos e as oportunidades. Focar na melhoria incremental e revolucionária através da inovação. Resultado, o lucro será sustentável”.
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