ENGENHEIROS DO EXÉRCITO AMERICANO MARCAM AUDIÊNCIAS DEFINITIVAS PARA A CONSTRUÇÃO DO OLEODUTO DA LINHA 5 NO LAGO DE MICHIGAN

Já foram marcadas as audiências públicas decisivas para a construção do túnel que abrigará um novo trecho do Gasoduto da  Linha 5, da empresa canadense Enbridge, que substituirá a parte submersa no Lago de Michigan. Os Reguladores federais anunciaram três reuniões públicas para reunir informações sobre o plano da empresa canadense de construir um túnel sob as águas dos Grandes Lagos. O Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos agendou três reuniões públicas para discutir o processo de revisão do projeto federal. Espera-se que o feedback chegue às nações tribais, grupos comunitários, cidadãos individuais e organizações de campos pró-negócios e de defesa do meio ambiente, além de uma participação fundamental da empresa brasileira Liderroll, que apresentará sua tecnologia de lançamento de dutos em túneis para os engenheiros do exército norte americano pela primeira vez. Duas das reuniões públicas serão virtuais, enquanto uma será uma sessão presencial de  cinco horas em St. Ignace. Essas sessões foram marcadas para os seguintes dias:

A – 1º de setembro de 2022, das 17h às 20h EST (virtual) ou por telefone no número 309-205-3325 usando o ID do webinar nº 835 9013 1384;

B – 8 de setembro de 2022, das 15h às 20h EST (presencial), na Little Bear Arena, 275 Marquette St., St. Ignace;

C – 6 de outubro de 2022, das 13h às 16h EST (virtual) ou pelo telefone 309-205-3325 usando o ID do webinar nº 829 6174 3672.

A participação nas reuniões virtuais será limitada a 1.000 logins, enquanto a reunião presencial terá espaço para cerca de 500 pessoas. As sessões são por ordem de chegada, disseram autoridades. A reunião presencial incluirá comentários verbais públicos, bem como uma oportunidade para os participantes fornecerem comentários privados a um estenógrafo. Também haverá estações de computador para enviar comentários por escrito ao site do Corpo para obter informações sobre a declaração de impacto ambiental do túnel da Linha 5. Essas reuniões públicas fazem parte do processo de revisão de licenças federais sob a Lei Nacional de Política Ambiental.

Para o Presidente da Liderroll, Paulo Fernandes (foto à esquerda), será um momento importante para que não só os engenheiros do Exército conheçam a tecnologia brasileira: “Não há dúvidas. Vamos apresentar o que sabemos fazer. Vamos apresentar para os engenheiros, para os residentes locais, além do governo de Michigan. Eles vão poder avaliar de perto o que a nossa empresa é capaz de fazer. Não será uma teoria, mas a prática do uso do que conhecemos muito bem. Sabemos de todas as dificuldades que o projeto apresenta, por ser muito profundo, ter grande declive e grande aclive.  Será um grande desafio”.

Este período de definição do escopo, que levará 60 dias, ainda está em andamento e visou identificar áreas para revisão aprofundada, como propriedades históricas, qualidade da água, efeitos ambientais gerais e outras questões, disse o tenente-coronel Brett Boyle (foto à direita), comandante do Corpo de Detroit Distrito. O prazo para comentários durante esse período é 14 de outubro de 2022. O “período de escopo” ajudará a estabelecer parâmetros para o que se espera ser uma avaliação ambiental completa do plano da Enbridge de construir um túnel para abrigar uma seção de substituição de sua linha 5 existente, que agora corre debaixo d’água ao longo das terras baixas do Lago Michigan através do Estreito de Mackinac.

Espera-se que um rascunho da análise ambiental federal esteja pronto para revisão pública no outono do próximo ano, disseram autoridades. Os reguladores federais já receberam mais de 15.000 comentários públicos sobre o plano do túnel da Enbridge durante dois períodos anteriores de comentários públicos em 2020. Outras oportunidades de comentários públicos serão agendadas como parte do que se espera que seja uma revisão ambiental de vários anos.

Os funcionários da Enbridge disseram que estão ansiosos pela análise ambiental federal do plano do túnel, enquanto continuam a se concentrar em operar com segurança o oleoduto existente através do Estreito. A empresa canadense afirma que um túnel é necessário para manter a estabilidade do mercado de energia no centro-oeste e aumentaria as proteções ambientais para o oleoduto que agora está exposto às águas dos Grandes Lagos e às fortes correntes no Estreito de Mackinac.

Para lembrar, a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer (foto à esquerda), revogou a servidão dos Grandes Lagos e ordenou o fechamento da linha 5 em 2020, o que desencadeou vários processos entre autoridades estaduais de alto escalão e a empresa. Uma juíza federal decidiu que o caso só pode ser julgado em um tribunal federal por causa de questões em nível nacional em jogo na longa batalha legal sobre a seção do oleoduto que atravessa as águas dos Grandes Lagos no Estreito. Os reguladores ambientais estaduais já aprovaram licenças para a Enbridge construir o túnel, bem como a Autoridade do Corredor do Estreito de Mackinac. As  licenças emitidas pelo Departamento de Meio Ambiente, Grandes Lagos e Energia de Michigan (EGLE), no entanto, ainda não são a palavra final sobre o plano de túneis da Enbridge, que ainda precisa obter uma aprovação federal semelhante e uma longa revisão pela Comissão de Serviço Público de Michigan (MPSC), que recentemente buscou mais detalhes sobre os planos da empresa. O mais cedo que o túnel poderia ser concluído é estimado em 2028. Os custos inicialmente foram previstos em US$ 500 milhões em 2018.