ENTIDADES DO AGROBUSINESS COMBATEM A DECISÃO DE REDUZIR PARA 10% DO PERCENTUAL O USO DE BIODIESEL NO DIESEL

pedroA Federação Parlamentar do Biodiesel (FPBio), formada por 20 deputados, apoiada por outras frentes parlamentares ligadas ao agronegócio, à bioenergia e à bioeconomia, não gostou nada da decisão do CNPE em fixar em 10% o percentual da mistura de biodiesel ao diesel, ao longo de 2022, contrariando resolução do próprio conselho tomada em 2018, que previa a elevação para 14% no próximo ano, e 15% em 2023.  O setor de biodiesel considerou a medida como um “golpe mortal”. A FRBio prometeu recorrer ao Presidente Jair Bolsonaro para reverter esta decisão que, segundo a federação, afeta mais de 300 mil produtores familiares.

A decisão do Conselho Nacional de Política Energética foi tomada na segunda-feira (29) e é justificada por seus integrantes como uma medida para “proteger os interesses do consumidor quanto ao preço, qualidade e oferta dos produtos”. Mas entidades que representam a cadeia produtiva do biodiesel afirmam que a decisão não tem nada a ver com o mercado e  que ela destoa da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). Esta política visa promover a expansão dosdonizete biocombustíveis, reduzir a intensidade de carbono e assegurar previsibilidade para o mercado de combustíveis. Para o presidente da FPBio, deputado federal  Pedro Lupion (foto principal), do Paraná,  “a redução estimada de 2,4 bilhões de litros de biodiesel será uma conta paga tanto pelo campo, com a desarticulação ainda maior da cadeia produtiva, quanto pela sociedade, com maior emissão de gases poluentes.”

Um estudo da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) mostra que não é o biodiesel o responsável pelo encarecimento do diesel ao consumidor final. A participação dele na formação do preço do diesel B, vendido nos postos de abastecimento, era de 13,6% em primeiro de janeiro deste ano e passou a 13,7% em primeiro de outubro. No mesmo período, o peso do diesel fóssil no preço passou de 47,7% para 56,2%, mais de 8%. Segundo o seu  diretor-superintendente Donizete Tokarski (foto à direita), a manutenção do índice em 10% deixará de fora do programa cerca de 20 mil trabalhadores da agricultura familiar, encarregados de fornecer matéria-prima para o biodiesel e “vai aumentar a importação de mais de 2,5 bilhões de litros de diesel fóssil”. A expectativa dos produtores é de que o governo retome o cronograma de mistura de biodiesel ao diesel fóssil para que o setor minimize os prejuízos causados até agora com a redução da mistura obrigatória.

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