SETOR OFFSHORE ESTÁ NO ALVO DA RADIX PARA NOVOS NEGÓCIOS LIGADOS A SISTEMAS DE MONITORAMENTO
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
Os novos tempos no setor de óleo e gás no Brasil e no mundo ditam uma regra básica: eficiência. Na busca por corte de gastos, em meio ao cenário de menores preços do barril de petróleo, alguns paradigmas estão passando por transformações. É nesse cenário de mudanças que a Radix encontrou uma oportunidade de negócio, ao desenvolver uma solução que serve para monitorar, entre outros sistemas de processo, a injeção de químicos no FPSO de Frade, da Chevron, evitando assim o desperdício dessa. O CEO da Radix, Luiz Eduardo Rubião, explicou que existe um novo conceito por de trás do sistema, chamado de Chemical Leasing. “No conceito de Chemical Leasing, o vendedor não está comercializando o produto por quantidade e sim por efeito. Nesse novo conceito, passa-se a vender serviços para quem usa produtos químicos“, explicou. A empresa usou a ideia de Chemical Leasing aliando ao conhecimento de engenharia e expertise no desenvolvimento de software para criar o sistema. Com a aplicação bem sucedida no FPSO de Frade, a Radix agora espera por novas oportunidades no setor offshore. “Vemos uma margem boa para negócios. Toda essa cadeia de produção de petróleo tem uso de químicos. O Chemical Leasing tem uma conceituação por trás muito importante. Além da questão financeira, tem ainda a questão de que o consumidor final vê com bons olhos a ótica de poupar o planeta“, comentou Rubião.
Como surgiu a oportunidade de desenvolver esse sistema?
Foi uma combinação de situações. Já trabalhávamos com a Chevron, fazendo alguns projetos de natureza diversa para eles. Eram contratos relacionados a sistemas de controle e acompanhamento de operação e vários tipos de projetos ligados a plataformas. A Radix já tinha conversado com a Nalco, do mercado de químicos para a indústria de óleo e gás, e eles já estavam pensando em fazer um sistema como esse. A ideia começou a ser discutida e foi nascendo a ideia para ser o embrião do que é o Chemical Leasing dentro da Chevron.
O que é o conceito de Chemical Leasing?
De vista físico, é um sistema de monitoração de variáveis importantes. O conceito de Chemical Leasing é uma iniciativa mundial. A Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) tem esse conceito há 10 anos. A ideia é tentar ter uma iniciativa que traga impacto positivo para o planeta de maneira geral. No conceito clássico, o vendedor de produtos químicos para plataformas pensava da seguinte forma: quanto mais ele vender, melhor. Sendo que este conceito clássico dá margem para situações de desperdício. Ou seja, aquele produto químico foi produzido, vendido e desperdiçado. Para o planeta, essa conta não foi legal.
No conceito de Chemical Leasing, o vendedor não está comercializando o produto por quantidade e sim por efeito. Nesse novo conceito, passa-se a vender serviços para quem usa produtos químicos. Com isso, a margem de lucro do vendedor aumenta. O custo é menor para o consumidor e também para o vendedor.
Como funciona o sistema?
Nossa preocupação é unir uma ferramenta que permite ver que o serviço está sendo cumprido. A ideia por trás do sistema implantado por nós é monitorar tudo o que está sendo feito em relação aos produtos químicos no FPSO de Frade. É a única forma que tenho que garantir que o serviço está sendo cumprido.
No processo de aditivação química da plataforma, de todos os aditivos que a gente usa, monitoramos todas as variáveis e estoques. A ideia é conseguir saber se temos a aditivação correta e se há produto suficiente para continuar essa operação. Todo tipo de aditivação precisa de monitoração.
Quando ele começou a ser usado?
Estamos próximos de um ano de operação.
Existem sistemas similares sendo desenvolvidos atualmente?
Sim. Um deles é numa área que está bastante em moda, a de saúde. A gente hoje está começando um trabalho pensando na higienização de uma cozinha de hospital que tenha um uso de produtos não por quantidade, mas por efeito obtido.
E dentro do setor de óleo e gás?
Não estamos desenvolvendo, mas temos planos. De maneira geral, sempre que tiver aditivação é viável você pensar no Chemical Leasing. Na parte offshore, vemos uma margem boa para negócios. Toda essa cadeia de produção de petróleo tem uso de químicos. O Chemical Leasing tem uma conceituação por trás muito importante. Além da questão financeira, tem ainda a questão de que o consumidor final vê com bons olhos a ótica de poupar o planeta. Se você hoje é uma marca que consegue mostrar que fez alguma coisa para seu produto ser menos impactante para o meio ambiente, isso acaba sendo bem visto e dando valor adicional ao produto. É um tema que a ONU abraçou, porque considera uma linha interessante para você trabalhar.
E quais são os projetos e planos de crescimento da Radix?
Nós estamos otimistas com as coisas que temos explorado até agora. Este será um ano difícil, não vai acontecer um milagre. Acredito que as empresas que oferecem serviços clássicos para o setor de óleo e gás vão continuar sofrendo. Agora, a linha de trabalho que sai do clássico e que usa a engenharia do software e coisas ligadas à revolução dos dados vai oferecer oportunidades. Essa é a linha de trabalho em que estamos investindo mais. Nosso plano de negócios não espera crescimento de serviços clássicos, e sim no segmento que tem mais a ver com a Revolução Industrial. Vemos uma possibilidade de crescimento bem razoável.
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