EPE PREVÊ QUE DEMANDA DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL DEVE CRESCER 1,3% EM 2024

Thiago Guilherme Ferreira PradoA demanda brasileira por combustíveis líquidos deverá continuar crescendo em 2024. Essa estimativa consta na nova edição do documento Perspectivas para o Mercado Brasileiro de Combustíveis no Curto Prazo, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), presidida por Thiago Prado. Estima-se um aumento de 1,3% neste ano, equivalente a 2 bilhões de litros, em relação ao ano anterior. Nos últimos três anos, a demanda cresceu mais de 4% ao ano, resultando em um incremento médio anual de 6,4 bilhões de litros entre 2021 e 2023.

Na avaliação da EPE, fatores como o crescimento da economia, a redução dos impactos do El Niño sobre o clima, a normalização da safra 2024/25, políticas de transferência de renda e programas governamentais, a exemplo do Novo PAC, devem contribuir para o aumento do consumo ao longo de 2024, e principalmente em 2025. Estima-se um crescimento de 3,3%, ou 4,6 bilhões de litros, na demanda brasileira de combustíveis líquidos para o próximo ano.

O consumo de óleo diesel total registrou crescimento de 8,7% no 1º bimestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023. Esse resultado foi impulsionado pela expansão do volume de exportações de soja. A EPE diz ainda que apesar da redução das estimativas da safra brasileira de grãos, estima-se que a demanda de óleo diesel total crescerá 1,6% no 1º semestre deste ano na comparação com o ano passado. “Adicionalmente, o novo PAC, com investimentos de R$ 1,4 trilhão previstos até 2026, particularmente em infraestrutura, deve estimular a demanda interna de óleo diesel, juntamente com expectativas econômicas favoráveis”, afirmou a EPE.

combustivelEm 2023, o consumo dos biocombustíveis do ciclo Otto apresentou mais um recorde, alcançando 58,6 bilhões de litros de gasolina equivalente. O consumo dos combustíveis do ciclo Otto vem apresentando crescimento de 2022. Para 2024, a EPE estima que o consumo de combustíveis do ciclo Otto continuará crescendo e atingirá 59,6 bilhões de litros de gasolina equivalente. A tendência deverá ser observada também em 2025, alcançando 62 bilhões de litros de gasolina equivalente.

No primeiro bimestre de 2024, o consumo interno de gasolina C registrou queda de 8% quando comparado ao mesmo período de 2023. Em fevereiro, o preço médio da gasolina C ao consumidor subiu 3%. Para o restante do ano, a participação do combustível deverá se manter em patamar elevado, o que também deve ser observado em 2025.

Em relação ao querosene de aviação (QAV), a oferta de voos domésticos em fevereiro de 2024 ficou 6,1% acima da registrada no mesmo mês de 2023. A EPE diz ainda que a recuperação da oferta de voos internacionais tem acelerado, com crescimento de 20% no mesmo período. Entretanto, a oferta de voos internacionais permanece 2,8% abaixo do observado em fevereiro de 2019.

A demanda do setor aéreo deve continuar a aumentar, com crescimento de 3,5% (6,8 bilhões litros) em 2024; e 1,3% (6,9 bilhões de litros) para 2025. Essa alta será estimulada pelo crescimento do PIB. Além disso, a EPE avalia que a redução dos preços do QAV também favorece o aumento da demanda por voos. “A EPE projeta recordes no número de passageiros e da atividade do setor aéreo em 2025, ultrapassando as máximas de 2014/2015. Apesar disso, a demanda de QAV ficará abaixo da máxima histórica observada, devido aos ganhos de eficiência operacional das empresas aéreas e aeroportos, do sucateamento de aeronaves antigas e da compra de novas, mais modernas e eficientes”, completou a EPE.

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