EPE VÊ BARREIRAS PARA VEÍCULOS ELÉTRICOS NO BRASIL, MAS PROJETA ALTA GRADUAL NA FROTA ATÉ 2032

Carro-eletricos-da-Peugeote-208-gtA Empresa de Pesquisa Energética (EPE) lançou nesta semana um novo caderno com projeções sobre eletrificação do transporte rodoviário no Brasil. O novo estudo indica que veículos elétricos enfrentam barreiras à entrada, particularmente em relação à autonomia e ao custo das baterias, à disponibilidade e ao investimento requerido em infraestrutura, e ao preço dos veículos. Por conta disso, os licenciamentos de eletrificados devem ser inicialmente limitados aos segmentos de maior renda. Ainda assim, a EPE espera que haja uma contínua expansão do mercado, com os veículos elétricos respondendo por cerca de 7% dos licenciamentos em 2032.

O trabalho aponta ainda que a eletrificação da frota brasileira deve avançar em nichos. A penetração de motorizações alternativas no licenciamento de novos veículos semileves e leves, para uso com o transporte de cargas, deve ser particularmente elevada, alcançando, em 2032, cerca de 20% para elétricos e 15% para híbridos. Para caminhões semipesados e pesados, alguns nichos podem ser eletrificados. No entanto, tecnologias híbridas e a gás natural devem se expandir mais, com manutenção do domínio da combustão do diesel (95% das vendas em 2032).

A eletrificação de veículos tem ganhado relevância no Brasil, sendo estimulada por incentivos estaduais e municipais, como a isenção de rodízio de carros, e descontos em impostos em alguns estados e municípios”, avaliou  a EPE. “Projeta-se uma penetração progressiva, levando-se rapidamente na próxima década, apesar de intensidade mais forte em híbridos.  A frota de HEV (veículo híbrido com combustão interna que gera eletricidade) e BEV (veículo movido a bateria) deve ultrapassar 1 milhão de unidades em 2030”, estimou.

21263-001Entre as principais barreiras para a entrada de veículos elétricos no Brasil, a EPE aponta para a autonomia, tempo de recarga e peso dos veículos. Outros pontos limitadores são os elevados investimentos necessários para construção de postos de recarga. Além disso, os custos de baterias e os investimentos em tecnologias também são vistos como barreiras.

A infraestrutura de recarga de automóveis elétricos começa a crescer no Brasil, mas ainda é muito concentrada no estado de São Paulo, e existem poucas unidades principalmente públicas, e especialmente as de carregamento rápido. O acesso à infraestrutura de carregamento auxilia na adoção de veículos elétricos, devendo influenciar crescentemente essa alternativa à medida em que ela ganha escala”, detalhou a EPE.

A empresa de planejamento também lembrou que o Brasil não sofre as mesmas pressões que outros países para eletrificar rapidamente sua frota, pois é relativamente pouco dependente de importações de energia; possui um mercado de biocombustíveis bem estabelecido, com atividade econômica e empregos bastante relevantes; não tem a mesma demanda emergencial por redução da poluição local, embora haja oportunidades de melhoria; e os recursos para subsidiar veículos elétricos disputam espaço com outras medidas para promoção de crescimento e distribuição de renda. O estudo completo pode ser lido na íntegra neste link.

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