EQUINOR DIZ QUE MUDANÇAS NO MERCADO DE GÁS POSSIBILITARAM INVESTIMENTO NO GASODUTO DO BLOCO BM-C-33, NA BACIA DE CAMPOS
O novo momento do mercado de gás natural no Brasil está possibilitando novos investimentos em gasodutos no país. Essa é a avaliação da vice-presidente de novas cadeias de valor da Equinor, Cláudia Brun (foto). Durante um painel da Rio Pipeline 2023, a executiva trouxe os detalhes dos bastidores da empresa que levaram à decisão final de investimento no bloco BM-C-33, na Bacia de Campos. Para lembrar, a Equinor vai desembolsar US$ 9 bilhões (R$ 45 bilhões) no projeto, que prevê a contratação de um FPSO e um gasoduto para escoamento de produção. Segundo Cláudia, a escala de produção do bloco e as novas condições de mercado ajudaram a viabilizar o novo empreendimento. O início da produção no BM-C-33 é previsto para 2028.
“As decisões finais de investimento em projetos de E&P não são tomadas da noite para o dia. São projetos minuciosamente avaliados, os riscos são muito discutidos dentro da empresa. Para passar por todos os comitês e chegar à decisão de investimento, realizamos um escrutínio muito grande de cada etapa desse processo”, contou. “No caso do BM-C-33, chegamos a atrasar a declaração de comercialidade por duas vezes. E esse atraso se deu pela incerteza do mercado de gás natural, que não tinha regras claras em relação ao acesso à infraestrutura e transporte”, acrescentou.
A grande virada começou ainda em 2021, com a aprovação da Nova Lei do Gás. Depois, em 2022, a Equinor passou a perceber uma nova dinâmica no setor de gás natural do Brasil. Em dezembro daquele ano, a empresa conseguiu fechar um contrato de fornecimento do insumo para a distribuidora Bahiagás. A petroleira norueguesa também fechou um acordo com a Cegás, do Ceará, para venda de gás natural até o fim de 2024. “A dinâmica em 2022 foi muito intensa, no sentido de demonstrar que esse mercado existe [no Brasil] e tem potencial. Os fundamentos da indústria como um todo foram consolidando-se. Então, a conjuntura como um todo apontou para uma oportunidade interessante de viabilizar um projeto como o BM-C-33”, avaliou Cláudia.
O bloco BM-C-33 contém reservas recuperáveis de gás natural e óleo/condensado de mais de um bilhão de barris de óleo equivalente, segundo a Equinor. O desenho do conceito para o desenvolvimento da área é baseado em um navio-plataforma (FPSO), capaz de processar gás e óleo/condensado e especificá-los para comercialização sem a necessidade de uma planta terrestre de processamento.
“Outro aspecto importante no BM-C-33 foi a definição de conceito, que prevê o tratamento de gás no FPSO. Analisando todas as alternativas, o BM-C-33 exigiria um investimento em uma nova planta de processamento onshore. Mas, conforme fomos aprofundando as avaliações desse investimento e das alternativas de rotas, vimos que o BM-C-33 tem um gás que não é extremamente rico. Por isso, encontramos uma solução ideal que envolve o tratamento diretamente no FPSO e escoamento do gás especificado para a costa, pronto para se conectar à malha de transporte. Isso permitiu um volume de investimento menor para o projeto e viabilizou esse conceito”, explicou. “Quando você tem escala e volumes altos de gás, o setor privado pode viabilizar uma nova infraestrutura de gás. O BM-C-33 é prova disso”, finalizou.
O país importando gás caro da Bolívia e via LGN e as Equinor da vida sentadas em cima e sem desocupar a moita. O povo cidadão refém e espoliado. De quem é o subsolo do Brasil?